O presente artigo visa a trazer para o debate os questionamentos em torno da viabilidade das políticas de educação do campo nos territórios do rural brasileiro. Entre a política de direitos e a cultura de direitos, vale a reflexão de como a "educação do campo", ao alcançar o universo retórico e legalista das políticas educacionais brasileiras já no século XXI, pode de fato ser apropriada pelos (significativos) pedaços do rural que não se encontram em "movimento" (este rural ainda sob a lógica da produção capitalista, muitas vezes inerte ao mundo de lutas e labutas dos movimentos sociais em diferentes cantos do Brasil nos últimos vinte anos). O texto aponta para a necessidade de aguçar o debate sobre questões importantes que circundam a educação do rural que se transforma em "campo" e que, ironicamente, pode estar ainda longe de ser implementada entre a noção de um campo ou outro.
RESUMO:O presente artigo trata da descrição analítica do programa de intervenção Comunidade Ativa no semi-árido baiano, a partir da realização dos processos de capacitação de Fóruns dos municípios integrantes do Programa Faz Cidadão. Objetivamos, com este estudo, discutir a proposta metodológica do trabalho, a operacionalização do Programa e a sobrevivência dos Fóruns locais dentro dos princípios conceituais de sustentabilidade. Tais programas governamentais pretendem estimular a constituição e capacitação de espaços de locução e negociação (Fóruns), representativos de comunidades com baixo IDH, que possam contemplar peculiaridades locais, na construção de processos educacionais emancipatórios para o Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (DLIS). Apesar desta clareza de propósitos, nem sempre ocorre uma sinergia nas ações das esferas do poder pú-blico e da comunidade. A estratégia política e educacional do planejamento participativo deve, portanto, ser pensada e construída de modo a articular, efetivamente, as ações dos diferentes parceiros. As potencialidades de transformação de tais processos de intervenção são tão significativas quanto os problemas que devem enfrentar. O não enfrentamento das dificuldades pode, na ação de qualquer um dos parceiros, inocente ou intencionalmente, significar a manutenção do status quo através de uma proposta de transformação. Palavras
Este artigo objetiva mostrar como as Escolas Famílias Agrícolas buscam, a partir da Pedagogia da Alternância, contribuir com a formação de jovens críticos/as, capazes de abraçar as lutas sociais do seu tempo. A pesquisa teve como foco as experiências de egressos/as de uma escola no interior da Bahia no período de 1988-1990. Tais jovens fizeram parte do período de lutas pela redemocratização do país e de um intenso processo de articulação e mobilização política no campo e na cidade. A pesquisa qualitativa discutiu a concepção de sociedade civil organizada, sua relação com os Movimentos Sociais e a Educação do Campo no diálogo com Caldart, Coutinho e Pistrak. Utilizou-se a técnica da triangulação de dados com questionários, entrevistas semiestruturadas e cartas convencionais junto a egressos/as em diferentes partes do Brasil, como Bahia, São Paulo e Pernambuco. Constatou-se que a escola pesquisada imprimiu, no processo formativo dos/as egressos/as, as características esperadas pela Alternância, tais como crítica social, formação profissional, humanista e perfil de liderança comunitária. Tais características formativas, no entanto, não foram suficientes para transformar as condições estruturantes das suas vidas de classe trabalhadora no campo e nem de evitar a mudança de muitos/as deles/as para as cidades.
RESUMO: O texto é uma expressão das reflexões realizadas a partir do convite para realizar uma palestra no IX Encontro Científico e Cultural (ENCCULT) em Maceió em agosto de 2019. O tema “Educação com diversidade, sociedade com sustentabilidade” foi dividido em duas partes, a primeira na provocativa questão da Educação para a Diversidade, levando em conta a nossa realidade desafiadora. A segunda parte, transita na perspectiva da constatação de que dentro deste cenário desafiador, a sustentabilidade torna-se uma meta de difícil alcance. Ao final do texto, questiono ser a sustentabilidade um sonho pouco possível neste universo enviesado de mercantilização da política e da educação hegemonizadora, a ela atrelada, mas falando de esperança, defendo ser a perspectiva transgressora da cultura e da educação um caminho possível mediante as estratégias de comunicação com o mundo do outro. Para encontrar as possibilidades de fortalecimentos de contra hegemonia, temos as pistas possíveis: na ciência socialmente referenciada, na educação de responsabilidade social, na cultura de reconhecimento da diversidade, nas organizações e lutas coletivas e ... na consolidação da democracia. PALAVRAS-CHAVE: Educação, Diversidade, Sustentabilidade.
O texto discute dimensões da pesquisa realizada entre 2016-2018 com financiamento do CNPq sobre juventude e formação para o trabalho no campo a partir da análise do perfil de jovens estudantes do Ensino Médio Subsequente frente aos desafios conjunturais que se instalaram nos anos de acirramento da política educacional no Brasil entre 2016 e 2018, levando em conta a consequente instabilidade dessas políticas para assistência e permanência da juventude nas instituições públicas da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica que resultou em grande parte em um cenário de evasão escolar evidenciada ao longo do processo da pesquisa. Na metodologia da pesquisa, foram utilizados questionários individuais para levantamento do perfil socioeducacional dos sujeitos, etapa seguida pela realização de grupo focal para discussão das categorias: juventude, trabalho e campo. No que concerne ao fenômeno da evasão discente, os resultados apontaram que os sujeitos da pesquisa o compreendem a partir de uma visão meritocrática do cenário, atribuindo-o exclusivamente às condições individuais do estudante, o que pode sinalizar como os sujeitos percebem seus processos de formação distanciados da concepção de políticas educacionais como direito e do cenário de instabilidade socioeconômica que avançava nas condições familiares.
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