O presente artigo tem como objetivo refletir sobre o teatro digital e as condições adequadas de acessibilidade para a pessoa surda no contexto da pandemia da COVID-19 na cidade de Ilhéus, litoral sul da Bahia. Como metodologia, trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e quantitativa; é do tipo bibliográfica, ao refletir sobre as discussões de publicações sobre a temática; e do tipo documental em meio digital, ao realizar um levantamento de espetáculos digitais apresentados pelo grupo Teatro Popular de Ilhéus (TPI) durante o período de isolamento social resultante da pandemia. Como resultado, verificou-se a necessidade de espetáculos digitais acessíveis para a comunidade surda. Por fim, o artigo ressalta a importância do compromisso de gestores(as) culturais na efetivação e fiscalização das políticas públicas de acessibilidade, na compreensão da profissão de Tradutor e Intérprete de Libras (TILSP) em espetáculos teatrais e na conscientização dos(as) artistas locais para garantia dos direitos previstos na legislação.
Este trabalho de pesquisa trata de investigação sobre a aquisição da categoria dos Determinantes na interlíngua Português-Libras na escrita de surdos adultos que cursam ou já cursaram o ensino superior. Fundamentado no quadro teórico gerativista, compreendemos que, sendo o léxico mental composto por vocábulos que possuem traços formais, semânticos e fonológicos, conforme a perspectiva lexicalista dessa teoria, a referenciação, função da categoria D, está intimamente relacionada à aquisição do léxico. Com base nessa ideia, levantamos as seguintes hipóteses: (1) o processo de aquisição da categoria dos Determinantes tem se dado mais amplamente entre surdos adultos que cursam ou já cursaram o ensino superior do que entre surdos que estão em níveis de escolaridade anteriores; (2) sendo o léxico o repositório de traços semânticos, fonológicos e também formais, conforme Chomsky (1995), a aquisição de um léxico mais amplo e complexo interfere diretamente na aquisição de categorias formais como a categoria determinante. Os corpora do presente estudo se constituem de dois tipos de dados: (I) produções escritas de surdos adultos que cursam ou já cursaram o ensino superior; (II) produções escritas de surdos que não cursaram o ensino superior. O quadro de sujeitos-informantes é composto por seis alunos surdos, quatro desses que fizeram o mesmo curso do ensino superior em instituições públicas diferentes, e dois surdos que cursaram o ensino médio em escola da rede pública de ensino de Vitória da Conquista. Durante a coleta de dados esses sujeitos-informantes foram levados a produzir atividade de escrita sobre tema recorrente em ambiente escolar e/ou acadêmico. Os resultados desse estudo confirmam nossas hipóteses e demonstram que a categoria dos determinantes se apresenta em estágios variados de interlíngua no conjunto dos dados dos sujeitos-informantes estudados. Dessa forma, considerando a hipótese lexicalista do minimalismo, de acordo com a qual o léxico especifica os elementos que o sistema computacional (SC) seleciona e integra para formar expressões linguísticas (CHOMSKY, 1995), assumimos que a aquisição da categoria dos determinantes abarca os traços formativos dessa categoria, que em PB são: definitude, gênero, número, dêixis e anáfora. Alguns aspectos ligados ao quadro de aquisição da categoria D (especificamente artigos definidos e demonstrativos nessa categoria), verificados em nosso corpus, pode se explicar pela distância considerável entre os traços formativos da categoria dos determinantes entre a língua alvo, o PB, e a língua nativa, a Libras, que pode levar os surdos a demorarem algum tempo para adquirir os traços dessa categoria, por essa se configurar de maneira diferente da fixada por eles em Libras.
A concepção de inclusão, sob o ideal de uma escola para todos, deve considerar as diversas necessidades de aprendizagem dos estudantes. Dentre esses, estão os surdos usuários da Língua de Sinais que ainda enfrentam muitas barreiras nos processos comunicativos, pois são minoria linguística numa sociedade de maioria ouvinte. Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa cujo objetivo foi produzir Atividades Orientadoras de Ensino com uso de vídeos abordando a matemática segundo uma abordagem bilíngue. A pesquisa é de cunho bibliográfico, envolvendo as etapas: 1) Metanálise de trabalhos que enfocaram o domínio do campo conceitual aditivo e multiplicativo por estudantes surdos; 2) Seleção de conteúdos para elaboração das atividades de ensino; 3) Produção de vídeos que inclui as fases de pré-produção, produção e pós-produção. A metanálise destacou a necessidade de abordar conceitos básicos da matemática para introdução de situações do campo aditivo e multiplicativo, por exemplo, contagem, agrupamento, base de contagem, sistemas de numeração, operações com números reais. Desse modo, será apresentada a atividade orientadora “História da Contagem”, seguida dos exemplos dos vídeos produzidos. A produção de atividades nesse formato poderá servir de modelo para o planejamento do professor na sala de aula no contexto inclusivo.
Este artigo apresenta uma experiência vivenciada no Atendimento Educacional Especializado de uma escola estadual da cidade de Ilhéus-Bahia, após o processo de produção dos dados de uma tese de doutorado. O objetivo era proporcionar uma devolutiva à escola sobre os resultados dessa pesquisa. Assim, desenvolvemos uma curta intervenção de ensino denominada de “Oficina de Matemática: aprender divisão”, para trabalhar as ideias básicas da divisão, apresentando uma revisão do sistema de numeração decimal, algoritmo e situações-problema (partilha equitativa, quota, comparação multiplicativa e combinatória). Para tanto, elaboramos um caderno de exercícios e uma videoaula em Libras que envolveu: a escolha das situações, das imagens ilustrativas e interpretação da Língua Portuguesa - Libras. Participaram da oficina 12 jovens surdos, matriculados no Ensino Básico (6º ano do Ensino Fundamental até o 2º ano do Ensino Médio) e com idades de 11 a 24 anos; incluindo, nessa amostra, todos os participantes da pesquisa citada. A videoaula foi utilizada no formato de videolição, auxiliando a professora pesquisadora e intérprete, conjuntamente, na apresentação dos conteúdos. A avaliação processual mostrou evolução no desempenho dos estudantes, principalmente, na motivação, já que o formato de aula estava considerando a sua experiência visual e a Libras, elementos de uma Pedagogia Surda.
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