RESUMO -O objetivo deste estudo foi verificar características comportamentais em crianças com desenvolvimento típico de leitura, utilizando o Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ). Este breve questionário é uma medida útil em psicopatologia aplicada a crianças e jovens de 4 a 16 anos. O SDQ é dividido em cinco sub-escalas: problemas no comportamento pró-social, hiperatividade, problemas emocionais, de conduta e de relacionamento. Participaram da pesquisa pais e professores de 74 crianças, que cursavam a 2 a , 3 a ou 4 a séries em uma escola pública de São Paulo. As crianças não apresentavam alterações no desenvolvimento geral e na linguagem, e nem problemas escolares. Pais e professores responderam ao questionário. As respostas ao SDQ diferiram entre pais e professores, e de acordo com o sexo e a série escolar das crianças. Estas diferenças podem refletir mudanças comportamentais e de comunicação, conseqüência de situações vivenciadas no período do desenvolvimento no qual se encontram. Palavras-chave:Strengths and Difficulties Questionnaire; desenvolvimento típico; crianças leitoras; características comportamentais. SDQ (Strengths and Difficulties Questionnaire): Identification of Children Readers Behavioral CharacteristicsABSTRACT -The purpose of this study was to verify behavioral characteristics of children with typical reading development by means of the Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ). This brief questionnaire is a useful measure in psychopathology applied to children and young people from 4 to 16 years. The SDQ is divided in five subscales: prosocial behavior problems, hyperactivity, and emotional, conduct and relationship problems. The participants were parents and teachers of 74 children, attending 2 nd, , 3 rd , or 4 th grades in a public school in the city of São Paulo. The children had no general development and language disorders, and scholars problems. Parents and teachers answered the questionnaires. The answers to the SDQ differed between parents and teachers, and regarding to children's gender and grade. These differences may reflect communication and behavioral changes resulting from experienced situations in children's present developmental stage.
OBJETIVO: Verificar a influência da freqüência das palavras escritas e da escolarização para o tempo de latência. MÉTODOS: Participaram 74 crianças, de 2ª a 4ª séries de escola pública (m=9,6a), ambos os sexos, sem alterações no desenvolvimento e sem queixas escolares. Em computador, com programa particularmente elaborado para esse estudo, aplicou-se um teste de leitura em voz alta de palavras isoladas, caracterizadas por alta e baixa freqüência, variando em regularidade, extensão e complexidade silábica. RESULTADOS: Os dados mostraram que o tempo de latência foi menor para a leitura de palavras freqüentes e houve interação entre série e tipo de palavra. A correlação negativa entre tempo de latência e acertos foi significante, apenas para palavras de baixa freqüência, na 3ª e 4ª séries. COMCLUSÃO: A freqüência influenciou diferentemente o tempo de latência e a precisão da leitura, quando levadas em consideração as características das palavras e a escolarização.
CONTEXT AND OBJECTIVE: Children and adolescents who live in situations of social vulnerability present a series of health problems. Nonetheless, affirmations that sensory and cognitive abnormalities are present are a matter of controversy. The aim of this study was to investigate aspects to auditory processing, through applying the brainstem auditory evoked potential (BAEP) and behavioral auditory processing tests to children living on the streets, and comparison with a control group. DESIGN AND SETTING: Cross-sectional study in the Laboratory of Auditory Processing, School of Medicine, Universidade de São Paulo. METHODS:The auditory processing tests were applied to a group of 27 individuals, subdivided into 11 children (7 to 10 years old) and 16 adolescents (11 to 16 years old), of both sexes, in situations of social vulnerability, compared with an age-matched control group of 10 children and 11 adolescents without complaints. The BAEP test was also applied to investigate the integrity of the auditory pathway. RESULTS: For both children and adolescents, there were significant differences between the study and control groups in most of the tests applied, with significantly worse performance in the study group, except in the pediatric speech intelligibility test. Only one child had an abnormal result in the BAEP test. CONCLUSIONS:The results showed that the study group (children and adolescents) presented poor performance in the behavioral auditory processing tests, despite their unaltered auditory brainstem pathways, as shown by their normal results in the BAEP test.reSUMO CONTEXTO E OBJETIVO: Crianças e adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade social apresentam uma série de problemas de saúde. Apesar disso, ainda é controversa a afirmação sobre a existência de alterações cognitivas e/ou sensoriais. O objetivo deste estudo foi investigar aspectos relacionados ao processamento auditivo, através da aplicação de testes de potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) e avaliação comportamental do processamento auditivo em crianças em situação de rua, comparando a um grupo controle. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal no Laboratório de Processamento Auditivo, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. MÉTODOS: Os testes de processamento auditivo foram aplicados em um grupo de 27 indivíduos, subdivididos em grupos de 11 crianças (7 a 10 anos) e 16 adolescentes (11 a 16 anos) de ambos os sexos, em situação de vulnerabilidade social, e comparado a um grupo controle, formado por 21 crianças, subdivididas em grupos de 10 crianças e 11 adolescentes, pareados por idade, sem queixas. Também se aplicou os PEATE para investigação da integridade da via auditiva. RESULTADOS: Para ambas as faixas etárias, foram encontradas diferenças significantes entre grupos estudo e controle para a maioria dos testes aplicados, sendo que o grupo estudo apresentou desempenho estatisticamente pior do que o controle para todos os testes, exceto para o teste pediatric speech intelligibility. Apenas u...
O objetivo deste estudo foi verificar o tempo de latência e o número de acertos para estímulos equivalentes em nomeação de figuras e leitura de palavras isoladas em voz alta, considerando os atributos do material escrito (freqüência de ocorrência e extensão da palavra). Os participantes foram crianças de 2ª a 4ª séries do ensino fundamental de uma escola pública e municipal da cidade de São Paulo, sem alterações gerais de desenvolvimento, de linguagem e escolares. A prova de leitura foi constituída por 32 palavras, balanceadas por freqüência de ocorrência no material escrito e extensão da palavra. A prova de nomeação foi constituída por figuras com nomes equivalentes às palavras da prova de leitura. Os estímulos foram apresentados individualmente na tela de um computador com software específico para análise do tempo de latência e das respostas. Foram analisados o número de acertos e o tempo de latência para as respostas. Para o tempo de latência, foi observada a influência das variáveis do material escrito, ou seja, palavras de baixa freqüência e de maior extensão foram acessadas mais lentamente por todas as crianças. Quanto ao número de respostas corretas, não houve diferença estatística entre as séries escolares na prova de leitura. Porém, com a idade e a escolarização, as crianças tornam-se mais rápidas para iniciar a leitura de palavras isoladas e para nomear figuras equivalentes.
RESUMO. O objetivo desta pesquisa foi comparar o tempo de latência entre a leitura de palavras e a nomeação de figuras. Participaram 74 crianças, de 2 a , 3 a e 4 a séries do Ensino Fundamental de escola pública, sem queixas de alterações no desenvolvimento e sem dificuldades escolares. Foram aplicadas provas de leitura e de nomeação, com estímulos equivalentes. O tempo de latência, referente ao tempo entre a apresentação do estímulo e o início da produção oral, foi registrado por meio de um programa computacional. Os resultados apontaram para um tempo de latência maior para a nomeação do que para a leitura, em todas as séries. A diferença entre as séries foi observada apenas na leitura de palavra. As características psicolingüísticas dos estímulos afetam o processamento de palavras e de figuras de forma diferente, porém estas tarefas apresentam um ponto em comum, mais evidente no que se refere à freqüência dos estímulos. Palavras-chave: leitura, nomeação, tempo de latência.
Ao se iniciar as avaliações diagnósticas e os atendimentos multidisciplinares de crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social (dos quais, usuários de drogas e vítimas de abuso físico e sexual), atendidos pelo Programa Equilíbrio, os profissionais envolvidos, dentre eles psiquiatras, pediatra, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, psicopedagogos, fisioterapeuta, perceberam que uma série de adaptações deveria ser feita para realizar a abordagem e a anamnese dessa população.As alterações de comportamento, com agressividade física e verbal, inúmeras vezes, pareciam substituir o comportamento e a comunicação socialmente estruturados. Iniciar intervenções psicoterápicas ou mesmo orientar crianças a não gritarem e mostrar a elas que se consegue alcançar o respeito das pessoas quando se utiliza uma comunicação e um comportamento menos agressivos, é praticamente impossível se não for feita uma sensibilização antes a essas crianças. No entanto, minimizar a função das ameaças e do gritar é um ledo engano. Essa forma de expressão nas ruas é fundamental e, inúmeras vezes, está relacionada à sobrevivência e a uma importante possibilidade de expressão do sentimento de ser ignorado pela sociedade -é uma forma de ser visto e ouvido em suas necessidades e desejos. Também em abrigos, os episódios de agitação psicomotora podem ser interpretados como manifestações claras da necessidade de atenção individualizada. Assim, tem-se de considerar que essa forma de comportamento e expressão, física e verbal, faz parte do processo de interação dessas crianças com o mundo à sua volta e tem sua função. Imaginar que deixarão de serem agressivas ou que terão um comportamento "mais educado e adequado" é impossível, pois esse é o comportamento esperado e adaptado ao ambiente agressivo em que se encontram. Querer que essas crianças abandonem a linguagem transmitida por suas famílias e entorno social seria como apagar parte de suas histórias. É inviável o trabalho de prevenção, a promoção de saúde ou a reabilitação de algum transtorno físico, psíquico, emocional ou fonoaudiológico, quando o meio onde essas crianças vivem não valoriza e não respeita os indivíduos que não gritam ou não são agressivos. Assim, quando deixam as ruas e são acolhidas em abrigos, o trabalho terapêutico multidisciplinar tem como objetivo inicial ajudá-las a se adaptarem a esse ambiente mais favorável para seu desenvolvimento, um contexto menos agressivo e ameaçador, no qual podem parecer desajustadas inicialmente, levando a diagnósticos precipitados, como transtornos de conduta, transtornos de impulso, transtornos de desatenção e hiperatividade, que não se mantêm ao longo do tempo.Uma criança que sai de casa aos 6 anos de idade e vive até os 11 anos nas ruas de uma grande cidade está adaptada para viver em um ambiente assim, mas poderá ficar bastante inadequada em uma sala de aula. Na rua, ela desenvolveu recursos necessários para sobreviver neste contexto: reage rapidamente, não fica muito tempo parada em um mesmo local, é impul...
The prevalence of vocal change was greater than that observed in the general population, with significant associations with communication disorders and global functioning. The results demonstrate that the situations these children experience can intensify the triggering of abusive vocal behaviors and consequently, of vocal changes.
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