resumoO presente estudo pretende contribuir para o entendimento da química seiscentista, especialmente para aspectos das teorias da matéria presentes nas obras de Francis Bacon (1561-1626) e Robert Boyle (1627-1691). Considerados protagonistas da filosofia experimental na revolução científica da modernidade, esses autores podem enriquecer nossa compreensão da gênese teórica e histórica da química moderna. De fato, notaremos como suas respectivas noções de "forma" deixarão gradualmente de ter uma significação metafísica para ganharem um estatuto mais corporificado e material, colaborando, assim, para o desenvolvimento de uma ciência mais operativa e experimental. Nesse momento, veremos a importân-cia do diálogo dessas teorias da matéria com a química paracelsista, pois ambos os autores ingleses servem-se também de uma concepção de matéria ativa.Palavras-chave • Bacon. Boyle. Paracelso. Corpuscularismo. Forma. Espírito. Filosofia experimental. Textura. Matéria. IntroduçãoPara os que se interessam pelas questões históricas e epistemológicas da ciência, ter a oportunidade de estudar a chamada "revolução científica do século xvii" é um privilé-gio. Privilégio, por que, talvez, o início da modernidade tenha sido um dos mais ricos e transformadores da história, no sentido em que a ciência aristotélica -que predominou durante dezessete séculos -será gradativamente substituída por uma nova visão que abriu o caminho para o desenvolvimento experimental e operativo da nova ciência da natureza e, como consequência, sabemos, para o "desencantamento do mundo". Acreditamos que a química seiscentista pode ilustrar de maneira singular esse complexo momento histórico, especialmente se nos voltarmos para algumas teorias da matéria presentes no período, com seus respectivos conceitos de forma, textura e atividade. Nesse sentido, objetivamos no presente estudo contribuir para o entendimento da química seiscentista, especialmente para aspectos das teorias da matéria presentes nas obras de Francis Bacon (1561-1626) e Robert Boyle (1627-1691). Considerados "ícones" da modernidade, esses autores poderão enriquecer nossa compreensão da scientiae zudia,
RESUMO Objetivamos discutir os principais argumentos que estão envolvidos no debate sobre a cientificidade do Princípio de Equivalência Substancial (PES), que afirma serem os OGM quimicamente equivalentes aos organismos selecionados pelas técnicas tradicionais de melhoramento, não requerendo, portanto, estudos toxicológicos adicionais. Problematizamos a cientificidade do PES, especialmente no que diz respeito à questão propriamente química. De fato, o PES estrutura-se conceitualmente na comparação quantitativa entre alguns componentes químico-biológicos da planta transgênica e os da não transgênica. Nesse sentido, as análises químicas propostas não conseguem relacionar sozinhas os possíveis efeitos bioquímicos, toxicológicos e imunológicos dos alimentos transgênicos, pois o princípio restringe as análises à composição química, molecular e analítica dos transgênicos. Emerge assim o problema do locus da incerteza científica, seja como questão epistemológica, seja como questão normativa e moral.
O conceito de empirismo evoca tanto uma tradição histórica quanto uma rede de questões filosóficas. Ambas frequentemente associadas a nomes como os de Francis Bacon (1561-1626), John Locke (1632-1704), George Berkeley (1685-1753) e David Hume (1711-1776). Porém, lembremos que nenhum desses filósofos utilizaram o termo empirismo, e nem compartilharam de uma única escola epistemológica. Do ponto de vista histórico é comum encontrarmos estudos de História e Filosofia da Ciência que relacionam o conceito de ‘empirismo’ com a chamada Escola Empírica Médica, desenvolvida na Grécia Antiga (século III a.C.). Porém, mais uma vez, temos que ter cautela com essas simplificações históricas, afinal se por uma Escola médica compreendemos um número de médicos que se reconhecem como pertencentes a um grupo que defendem exatamente as mesmas ideias e conceitos, a Escola Empírica Médica é simplesmente uma invenção histórica. De fato, observaremos alguns elementos comuns dentro dessas escolas, mas não correntes unívocas. Essa postura historiográfica usualmente acarreta sérias consequências. Assim, por exemplo, os estudos que marcam a diferença entre as filosofias do continente europeu e as da Inglaterra do século XVII, distinguindo-a por meio de noções amplas, tais como racionalismo e empirismo, podem cair em reducionismos importantes. Se, por um lado, vincular o empirismo moderno à escola médica antiga acarreta numa compreensão histórica equivocada; por outro lado, aceitar a dicotomia empirismo x racionalismo como a única narrativa possível para compreendermos a gênese da filosofia moderna carrega consigo problemas de cunho epistemológico. Dos vários problemas que surgem dessa perspectiva historiográfica, isto é, de aceitarmos acriticamente a narrativa padrão, dois deles nos importam mais de perto: ela fornece uma ênfase às questões de cunho epistemológico, subestimando, então, a importância dos debates em outras áreas, como filosofia natural, ética e política, por exemplo; e deixa de lado pensadores que combinam elementos das duas correntes e, portanto, não operam stricto sensu com a dicotomia entre razão e experiência. Nesse sentido, objetivamos problematizar e aprofundar essa questão, ao discutir aspectos epistêmicos e metodológicos do chamado “programa baconiano” de conhecimento, bem como alguns de seus desdobramentos, especialmente no âmbito da química e da medicina no século XVII inglês.
É com grande satisfação que apresentamos este número da revista Dois Pontos dedicado exclusivamente atemática da Filosofia e das Ciências nos séculos XVII e XVIII. Os vários artigos aqui publicados problematizam deum ponto de vista histórico e metafísico‑epistemológico uma ampla gama de questões relativas às diferentesciências do período, tais como história natural, física, química, matemática e ciências da vida.
Ao lado das imagens já conhecidas de Nietzsche como “precursor do nazismo”, “racista”, “pós-moderno”, “pensador perigoso e irracionalista”, em tempos recentes acrescentou-se à imagem de “precursor do transhumanismo”. Ao apresentarmos aqui alguns elementos do transhumanismo, em especial aqueles ligados às mais recentes biotecnologias, bem como alguns conceitos do pensamento de Nietzsche, em especial o além-do-homem e a ontologia da imanência do vir-a-ser, visamos ampliar esse debate, enfatizando que, para Nietzsche, o ideal transhumanista não seria mais do que um sintoma do ideal ascético, tão presente ainda na nossa contemporaneidade.
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