INTRODUÇÃOOs cuidados de saúde dispensados às pessoas nos domicílios não constituem uma prática nova. Os programas de saúde pública sempre enfatizaram ações de promoção e prevenção volta das para grupos familiares em seus domicílios, quase sempre vinculados à atuação em atendimen to à demandas específicas. Antes do surgimento dos grandes hospitais e da modalidade de assis tência ambulatorial, no final do século XVIII, na Europa, os cuidados domicil iares já eram larga mente empregados (Oliveira; Berger, 1996 de vida afirmou, em 1863: "Cresce a convicção de que em todos os hospitais, por melhor que seja a sua administração, perdem-se vidas que poderiam ser poupadas; e que, via de regra, o pobre que recebesse boa assistência médica, cirúrgica e de enfermagem se recuperaria melhor na choça mise rável em que vive do que no mais refinado ambiente hospitalar" (ABEn, 1982). Independente do contexto vivenciado por Florence Nightingale, dos viéses histórico-ideológicos que permearam sua atuação, bem como as diferenças entre o ecossistema do século XIX e o do tempo atual, o que hoje se advoga no campo da saúde domiciliar já era preconizado, quando esta enfermeira deu início a revolução científica na enfermagem mundial. Atualmente, em países como a Inglaterra, 20% das intervenções de saúde são prestadas fora das instituições de saúde (Oliveira; Berger, 1996).No Brasil, a prestação de cuidados no domicílio não tem sido uma prática comum nas institui ções de saúde públicas e privadas. Entretanto no início do século, a atividade prioritária no combate às grandes endemias que assolaram os grandes centros, eram as visitas domiciliares (Barreira, 1992). A partir deste fato, foi reconhecida a necessidade de formação de profissionais para este exercício. No entanto, esta formação era direcionada à prestação do cuidado para o doente ou para os fatores de risco de determinados agravos e não para a família como grupo social (Oliveira; Berger, 1996).Com a institucionalização do Sistema Ú nico de Saúde -SUS, a partir da Lei Federal nQ 8080/90 (BRASIL, 1990), estratégias vêm sendo pensadas e implementadas para a consolidação do seu mo delo. Uma delas é a proposta do Ministério da Saúde, em 1994: o Programa de Saúde da Família -PSF (FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚ DE, 1994). O PSF, na forma como foi concebido, surge como resposta às propostas de atenção primária de saúde que ocorreram na década de setenta e ao 1 Professora Ad junta (ap osentada) do Depto. Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem da UFMG. Doutoranda em Enfermagem pela EEUSP.2 Aluna do 3º Período do Curso
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