Obediência é uma série de vivências poéticas e narrativas inscritas nas práticas contemporâneas em arte têxtil. Parto de um relato pessoal e de um artefato afetivo (vestidinho branco) para ressignificar minha trajetória como professora artista, perguntando: como narrativas autobiográficas ecoam em processos de ensinar, aprender e artistar? É parte da pesquisa a/r/tográfica “Narrativas Têxteis e Formação do Docente Artista” em desenvolvimento no Programa Associado de Pós-Graduação em Artes Visuais UFPE/UFPB e nos cursos de Graduação em Artes Visuais – Licenciatura e Bacharelado – da Universidade Federal de Pernambuco.
Na genealogia do processo artístico Barcos Possíveis – inicialmente uma série de barquinhos de papel feitos com panfletos recolhidos no centro da cidade (Recife, Pernambuco) tendo como desdobramento a performance Oficina Rápida e Gratuita de Como Fazer? Barcos de Papel – estão algumas ficções que envolvem o tema das travessias. Uma delas é a do escritor brasileiro João Guimarães Rosa, A Terceira Margem do Rio. Nesse conto, publicado em 1962, um homem decide encomendar uma pequena canoa para então viver à deriva nas águas de um rio. Essa travessia, endereçada a lugar nenhum (ou especificamente a um não-lugar), suscita todo tipo de incompreensibilidade na criação de uma margem inexistente. É possível acessar, através de Foucault (2013), um pensamento voltado a este tipo de espacialidade, essencialmente outra, quando ele amplia o conceito de heterotopia – uma utopia realizada – aplicando-o ao espaço. Partindo de um diálogo entre os dois autores, este texto pretende fazer ressoar na escrita parte da investigação artística que consiste no questionamento: como produzir e habitar terceiras margens? Para isso, traçamos uma topografia dos espaços/ margens que integram o mapa desta poética, ou seja, por onde transitam geograficamente e conceitualmente os Barcos Possíveis.
Este é um registro de investigação em torno do processo criativo do Dispositivo de Emergência. Uma grande e confortável almofada vermelha no meio do caminho contém ideias que transgridem certas normas do convívio e cria novos roteiros no cotidiano, permitindo, mais do que representar a vida, refazê-la. Através de narrativa artográfica suscitamos histórias e imagens, destacando os tangenciamentos deste trabalho com a arte relacional e site-specific, compreendendo em seu caráter questionador a possibilidade de despertar acontecimentos pedagógicos.
Liame é uma instalação têxtil coletiva, desenvolvida em 2022, com o objetivo de vivenciar narrativas autobiográficas e refletir sobre memórias e docência por meio do saber sensível e do fazer têxtil. Seu fazer relacional reverberou algumas questões: como a narrativa de nossas memórias pode potencializar ações prático-reflexivas por meio do fazer têxtil? Quais memórias carregamos em nossos corpos e como elas podem ser ressignificadas? Como o fazer têxtil - artesanal - potencializa o compartilhamento de memórias sobre a docência? Liame é o resultado de um projeto de Iniciação Científica (PIBIC/UFPE), desenvolvido no Departamento de Artes, da Universidade Federal de Pernambuco. Permeia os campos da Educação da Cultura Visual, A/r/tografia, Arte Têxtil e Estudos da Memória.
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