O artigo investiga a fabulação artística e política de Aline Motta em A água é uma máquina do tempo (2022a). Apropriando-se de materiais de arquivo, sua linguagem se aproxima da “poesia por outros meios” (PERLOFF, 2013). Por outro lado, sua pesquisa sobre a própria linhagem, que se entrelaça com a história das vidas negras no Brasil, aponta para outros horizontes de invenção. Dialogando com reflexões de Leda Martins sobre o tempo espiralar, de Saidiya Hartman sobre fabulação crítica, e de Marylin Strathern sobre os estudos de parentescos na contemporaneidade, observamos como a artista performa uma fantasmalidade relacionada a sua genealogia matrilinear.
Procurou-se resenhar a leitura do filósofo brasileiro Bento Prado Jr. sobre a obra de Rousseau. Tal leitura constitui-se em importante contribuição na medida em que não circunscreve os escritos de Rousseau à separação entre filosofia e não-filosofia, mas antes aponta para a idéia de que toda a sua obra está centrada num projeto retórico. Projeto este que supõe um “leitor futuro sempre possível” como testemunha do retor. Trata-se de reivindicar uma eloqüência específica nas múltiplas produções teóricas e literárias de Rousseau, e que se desenha na possibilidade da alteridade, na figura do Outro do auditório.
O objetivo deste trabalho é discutir as relações que se estabeleceram entre a escrita da história nacional e a escrita biográfica no Brasil do século XIX. Ao buscar rastrear as possíveis referências dos letrados oitocentistas redefine-se, aqui, o problema da apropriação que estes homens de letras fizeram da tradição, uma vez que nomes como Cícero e Plutarco apareciam como parâmetro da produção letrada quando da constituição de um saber histórico sobre a pátria. Mira-se, portanto, neste trabalho, a possibilidade de articular os dois elementos – história e biografia –, que, juntos, conformam-se às demandas dos letrados oitocentistas na escrita da história nacional.
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