O presente artigo investiga os efeitos da colonização na produção de subjetividade e na produção de conhecimento, em especial seu desdobramento na formação dos profissionais de psicologia. Com o objetivo de demonstrar a fragilidade da formação em psicologia no Brasil e os impactos do racismo nas subjetividades negras, o artigo apresenta epistemologias do campo da saúde mental historicamente apagadas nos currículos das graduações. Resgatamos o trabalho de Wade Nobles, Naim Akbar, Neusa Santos Sousa, dentre outros intelectuais negros e negras para, numa articulação com nossa experiência clínica, apontar como as subjetividades negras podem ser cuidadas em sua singularidade. Concluímos que o cuidado da saúde mental da população negra brasileira não pode se dar sem um resgate epistemológico das produções negras sobre o tema, e que a dimensão de aquilombamento que é instaurada na clínica quando do atendimento de pacientes negros por psicólogos negros é fundamental na promoção de saúde mental da população negra. Finalizamos estabelecendo direções clínico-políticas para a expansão de uma Psicologia Preta no Brasil.
Este artigo foi escrito a partir do trabalho clínico realizado com negros homossexuais, bem como a partir de minha própria experiência. Relaciono a diáspora africana com a experiência da homossexualidade negra, apontando que as bixas pretas experimentam, duplamente, a sensação da diáspora.
O que pode a clínica? O que pode a arte? Qual a potência presente nesses domínios? Em que ponto a arte e a clínica se transversalizam, ou seja, em que ponto comungam? Este artigo tem estas questões como direção e busca respondê-las a partir de uma aposta na abordagem transdisciplinar da clínica. Transdisciplinaridade compreendida como contágio entre diferentes disciplinas, como experimentação das interferências que um domínio pode produzir sobre outro. A performance “A artista está presente” de Marina Abramovic é tomada neste artigo como canal de expressão para a arte do encontro entre analista e paciente, encontro produtor de novas possibilidades de vida. O trabalho da artista sérvia, preocupada com o que se passa entre artista e público, nos permite problematizar o que se passa entre analista e paciente e, para tanto, desenvolvemos o conceito de Presença, certa partilha afetiva que pode se dar no encontro com o outro.
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