O uso público em unidades de conservação (UC) pode trazer inúmeros benefícios diretos e indiretos à sociedade, além de representar um grande potencial para incrementar os recursos econômicos das UCs, aproximar a sociedade da natureza e fomentar sua conservação e utilização sustentável. Desta forma, tem se tornado num dos temas mais importantes no que se refere à gestão de áreas protegidas no país. Uma das principais contribuições para a discussão desse tema tem surgido nas instituições de ensino superior, que têm agido fortemente para a construção de uma cultura de valorização dessas áreas protegidas. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), através do seu Campus Porto Alegre, tem desenvolvido inúmeras ações neste sentido, sendo que recentemente, a partir da iniciativa de estudantes, estabeleceu um programa de extensão voltado ao fortalecimento do uso público ordenado em unidades de conservação, o GAUPUC. Inicialmente utilizando a metodologia de um grupo de estudos, na atualidade o coletivo desenvolve ações de extensão direcionadas aos principais atores envolvidos no uso público de UCs: os gestores das áreas naturais, os prestadores de serviços que estão associados à visitação e os visitantes. Neste ano, em função da pandemia causada pelo vírus SARS-COVID, o grupo desenvolveu apenas ações remotas, entre as quais um ciclo de webconferências sobre uso público em UCs e um projeto de divulgação científica nas redes sociais. As reflexões realizadas em relação à trajetória do grupo evidenciam que as atividades práticas desempenharam um papel fundamental na geração de interesse dos estudantes pelo grupo, assim como a autonomia deles na realização das tarefas é um princípio que estimula a sua continuidade no coletivo. Os próximos passos do Programa apontam para a necessidade do estabelecimento de parcerias institucionais com as UCs, visando ações articuladas em programas de voluntariado.
As unidades de conservação (UC) brasileiras têm apresentado um cenário de expansão do seu uso público, em especial naquelas da categoria Parque. Este cenário promissor pode trazer riscos ao ambiente, pois quando mal planejado e gerenciado este uso pode provocar diversos impactos negativos. Se faz necessário, portanto, estudos de monitoramento e controle dos impactos da visitação, de preferência baseados na aplicação de indicadores, como os indicadores sociais, que podem ser de grande utilidade para a compreensão das relações das pessoas entre si e com o ambiente visitado. O presente estudo avalia os impactos da visitação em trilhas do Parque Natural Morro do Osso (PNMO), UC de proteção integral localizada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, a partir do uso dos indicadores sociais resíduos sólidos e qualidade da experiência da visitação. O estudo foi desenvolvido no período do outono de 2019 ao verão de 2020, a partir de coletas em campo e aplicação de questionários aos visitantes. Os resultados indicam que a estação do ano com maior registro de resíduos sólidos é a do outono, marcadamente o período de maior visitação do Parque, não sendo evidenciado um incremento significante nos valores em ambas as trilhas avaliadas, nos últimos quatro anos, resultado coerente com o pouco acréscimo da visitação nesse período. Quanto a avaliação da percepção ambiental dos visitantes, evidencia-se que o seu perfil não se alterou nos últimos anos. Em relação à qualidade da experiência dos visitantes, estes manifestaram terem ficado muito satisfeitos com a visitação ao PNMO, avaliando positivamente quase todos os aspectos abordados, exceto no que diz respeito aos danos ambientais, representados principalmente pela presença de pichações em rochas.
As Unidades de Conservação (UC) vêm apresentando uma expansão no seu uso público e este aumento, que pode trazer muitos benefícios, também tem potencial de gerar impactos negativos quando mal planejado. Desta forma, é importante que medidas para monitorar, avaliar e controlar estes possíveis impactos sejam adotadas. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi propor um Plano para monitorar e gerir os impactos em trilha no Parque Natural Morro do Osso (PNMO), UC de proteção integral localizada na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. O presente Plano foi elaborado com base em metodologias propostas em bibliografia sobre o tema, sendo adotados indicadores de impacto físicos, biológicos e sociais, resultantes de pesquisas realizadas anteriormente no Parque. O trabalho apresenta as metodologias de coleta de dados para cada um dos indicadores, define os parâmetros aceitáveis para estes e sugere estratégias e ações de manejo para quando os impactos estiverem em desacordo com tais parâmetros. Por fim, é apresentada uma matriz que reúne todas as informações necessárias para a compreensão do processo de monitoramento e orientações para a implementação do Plano. Crê-se que o presente trabalho se constitui em uma contribuição significativa para o ordenamento da gestão do uso público no PNMO, apresentando-se também como uma proposta metodológica com potencial de replicação em outras UC com características de gestão semelhantes ao Parque.
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