O presente artigo trata da maneira como, na sociedade brasileira, as relações de alteridades se traduzem no discurso cotidiano atual, no que diz respeito às relações raciais. Tais discursos revelam, além da existência de uma base teórica racista profundamente enraizada, uma falta de consciência da realidade concreta da discriminação racial no Brasil e a persistência da ideia segundo a qual a sociedade brasileira não é racista. A análise qualitativa desenvolvida parte da visão de brasileiros afrodescendentes, estudada através de um questionário googledoc, tratado pelo Programa Iramuteq, e fundamentada nas teorias do círculo de Bakhtin em diálogo com Bourdieu. O estudo aponta de que modo a linguagem influencia as relações pessoais, especialmente como a palavra e suas valorações potencializam as tensões vividas entre grupos cada vez mais antagônicos.
The notion of discursive ethos has been the subject of various researches on the image of the enunciator produced by the discourse. This image, according to Maingueneau (2005, 2006, 2008, 2014), is built in the discourses through its multiple relations with the other (subjects and speeches) and it emerges from the articulation between various elements (ethical, aesthetic, psychic), which need the interlocutor's incorporation to be apprehended in a complex set of social and cultural representations[1].[1] Some of the ideas about ethos were developed in the article Identidade, alteridade e cultura regional: a construção do ethos milongueiro gaúcho (DI FANTI, 2009).
Este artigo tem como proposta uma reflexão sobre a estrutura simbólica da divisão de classes e o poder da linguagem nas relações sociais no Brasil. Para responder à problemática desta pesquisa, analisaremos as condições de trabalho dos profissionais da área de recicláveis, sob as perspectivas teóricas de Bourdieu e Bakhtin em diálogo com Maingueneau. Os discursos selecionados são da escritora e poeta Carolina Maria de Jesus, de sua obra “Quarto de despejo”, de 1950, em contraste com discursos atuais de Anne Caroline, catadora de recicláveis, em São Paulo.
La notion d’ethos discursif a été l’objet de différentes recherches portant sur l’image de l’énonciateur produite par le discours. Cette image, selon Maingueneau (2005, 2006, 2008, 2014), se construit dans les discours à travers ses multiples relations avec l’autre (sujets et discours) et se dégage de l’articulation entre divers éléments (éthiques, esthétiques, psychiques), qui ont besoin de l'incorporation de l'interlocuteur pour l'appréhender dans un ensemble complexe de représentations sociales et culturelles[1].[1] Une partie des idées sur l’ethos ont été développées dans l’article Identidade, alteridade e cultura regional: a construção do ethos milongueiro gaúcho (DI FANTI, 2009).
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