Introdução: Os dispositivos intrauterinos (DIU) são excelentes métodos contraceptivos, denominados LARCs (Long-Action Reversible Contraception). O DIU de cobre é um método contraceptivo muito utilizado, com alta eficácia (índice de Pearl de 0,2‒0,4), e tem excelente custo-benefício, podendo ser obtido e inserido na rede pública de saúde. Há alguns profissionais de saúde e pessoas leigas que advogam se a nuliparidade é um fator impeditivo para o uso do DIU, por haver maior dificuldade na inserção e maior taxa de expulsão da cavidade endometrial. Objetivos: Avaliar se a nuliparidade está associada ao maior desconforto na inserção e à taxa de sucesso quando realizada ambulatorialmente. Além disso, o estudo visou analisar a taxa de satisfação e continuidade do uso dos DIU entre mulheres com e sem filhos. Pacientes e Métodos: Estudo descritivo por meio da aplicação de formulário on-line (Google Forms®), não validado e desenvolvido pelos pesquisadores. O formulário foi distribuído em grupos específicos das redes sociais e do WhatsApp®, estando disponível para respostas entre os meses de abril e maio de 2020. Só participaram do estudo mulheres que afirmaram ter mais de 18 anos e que usam ou já utilizaram DIU de cobre. Para a análise do desconforto durante a inserção foi utilizada a escala visual analógica (EVA). Os dados foram inseridos no programa Microsoft Office Excel 2016®. Para identificar a homogeneidade da amostra, foram utilizados o programa GraphPad InStat v. 3.0 para Windows 10, GraphPad Software, San Diego California USA, e o teste de Kolmogorov-Smirnov; para variáveis categóricas, foi utilizado o teste χ2 ou de Fisher; e para variáveis contínuas, o teste de Mann-Whitney ou Kruskall-Wallis. Para significância estatística dos resultados, foi adotado p<0,05. Resultados: Participaram da pesquisa 3.066 mulheres, sendo 1.844 nuligestas e 1.222 com filhos. As nuligestas apresentaram maior desconforto na inserção do DIU (EVA 7 nuligestas versus EVA 5 mulheres com filhos; p<0,0001), mas não houve diferença nas taxas de sucesso de inserção desse método contraceptivo no consultório (97,3% nuligestas versus 97,8% mulheres com filhos, p=0,53). A síncope vasovagal não diferiu entre os grupos. As taxas de continuidade e as principais reações adversas foram poucas e não diferiram entre os grupos (p>0,05). Conclusões: A nuliparidade está associada ao maior desconforto durante a inserção do DIU, mas as taxas de sucesso da inserção ambulatorial são iguais entre nuligestas e mulheres com filhos. As taxas de continuidade e reações adversas são similares entre os grupos estudados. A nuliparidade não é fator impeditivo para uso do DIU.
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