pela atenção, paciência e apoio durante o processo de orientação. Obrigada pelas oportunidades oferecidas e pelo acompanhamento dessa importante etapa da minha formação. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, pela concessão da bolsa de mestrado e pelo apoio financeiro para a realização desta pesquisa. Às Professoras Ana Paula Simioni e Camila Esguerra, que encorajaram, debateram e felicitaram o trabalho desenvolvido, frisando a importância dessa pesquisa especialmente em momentos de insegurança. A(o) Caro, por compartilhar das alegrias e angústias de divagar pelas marginalidades do regime heteronormativo. Obrigada pelos surtos, risadas e sarcasmo. Agradeço também o movimento de superação astrológica que proporcionou a concretização de nosso projeto mais querido: o Sapatoons. Espero continuar desfrutando do intercâmbio de ideias, comidas, músicas e literaturas que fundamentam as filosofias de Butch King que nos mantêm vivxs e raivosxs. À Tate, pela cumplicidade desmedida nem sempre merecida, pela amizade carinhosa e espiritualizada, pelo apoio emocional, pela troca intelectual, por me assessorar e por acompanhar de perto a elaboração desse trabalho facilitando perspectivas terrenas acerca do valor da academia e também por formatar acidentalmente meu computador dias antes da entrega da qualificação e me compensar com seus valiosos e indispensáveis serviços de revisão. À Ziza, pela inconsistência da nossa amizade ancestral, pelo punkismo, pelo antiespecismo, pelas brigas de rua e pela insensatez que às vezes garante a sobrevivência. Às amigas Bianca e Nadus, pelos programas adolescentes que incentivaram outros usos do meu corpo e novas perspectivas de afinidade. À Ana Maria, Celso e Nina, por aceitarem e apoiarem. À Lua e à Úrsula, pela pacifica, afetuosa e inusitada convivência ao longo de todos esses anos. À Vanessa, pela dedicação à vida que construímos juntas e por assentir às transformações de nossas necessidades, desejos, caprichos, corpos e devires, que, sabemos, não cessarão.
Linda Nochlin inicia o artigo Why Have There Been No Great Women Artists? (1971) analisando os problemas e armadilhas da tentativa de se responder à pergunta que o intitula. Segundo a autora, trata-se de um questionamento de natureza falsa, que leva à presunção automática de que realmente não houve grandes mulheres artistas, aludindo, conseqüentemente, à idéia de que essas são incapazes de atingir a grandiosidade. Esse é um dos principais pontos de contínua incisão do texto: a desnaturalização da atribuição da condição da mulher ao sexo biológico. Alusões diretas ao útero, em fragmentos que trabalham jocosamente a crueza biológica, são recorrentes, evidenciando a preocupação de Nochlin de revogar o argumento centrado na biologia, em prol de uma análise social da condição da mulher.
Apropriando-se de imagens difundidas pelos meios de comunicação de massa dos anos 1930/1950 e justapondo-lhes um texto lacônico, a artista norteamericana Barbara Kruger desloca o conteúdo das imagens para uma esfera crítica e constrói composições que questionam, com uma abordagem não moralista, os valores e funções sociais estabelecidos. O presente trabalho centrar-se-á na análise da obra Untitled (We won’t play nature to your culture, 1983) para discutir alguns domínios e critérios sociais elaborados a partir da idéia de uma suposta diferença relacional (superioridade e inferioridade) dos gêneros e suas repercussões nas estruturas sociais como, por exemplo, a subordinação feminina a um espaço privado e doméstico e sua conseqüente exclusão da cultura. Para tanto, será usado como referência o artigo “Is female to male as nature is to culture?” de Sherry B. Ortner, publicado no mesmo período de produção da obra citada, no qual a autora identifica os fatores de ordem biológica, psíquica e fisiológica que associam a figura feminina à natureza e aproximam o masculino da alta cultura, engendrando uma relação de poder e dominância entre os gêneros, uma vez que se entende a cultura como transcendência da natureza. As obras de B. Kruger discutem a atuação da mídia de massas na criação de uma representação estereotipada da mulher e na reafirmação de sua função doméstica. A escolha deste tema, fruto de uma pesquisa de IC, permitirá a análise de questões relevantes para a arte contemporânea, como a característica pública e engajada das obras, o papel da crítica feminista no campo da arte, além de possibilitar uma comparação com o trabalho de artistas que dialogam com o mesmo tema de forma diversificada, como o coletivo Guerrilla Girls, o qual questiona com veemência a exclusão da mulher da alta cultura e da política e Cindy Sherman, que rebate a identidade feminina construída pela estética da mídia.
O presente artigo introduz e contextualiza as primeiras manifestações feministas que compuseram o panorama artístico do final da década de 1960 até 1980. São analisadas as circunstâncias históricas (incluindo a história da arte) que facilitaram a ponte entre as esferas da arte e da política, bem como os problemas formais e estéticos que a prática artística ativista apresentou e sua recepção como movimento. Para tanto, nos basearemos no trabalho da artista norte-americana Barbara Kruger, que produziu obras fundamentais para a consolidação da arte feminista, abordando criticamente uma ampla variedade de temas relacionados à mulher (violência, aborto, identidade, papel social, estética). O conteúdo das obras de Kruger está em sintonia com importantes circunstâncias políticas e temas sociais contemporâneos à sua produção e estabelece relação direta com teorias feministas da época, permitindo uma análise do contexto artístico e sócio-político do período.
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