RESUMO:O presente artigo pretende abordar a forma original com a qual Rousseau focaliza a questão da origem do poder político, tema que é central na teoria política moderna. Em sua obra Do Contrato Social, o autor examina as razões, aparentemente paradoxais, pelas quais alguém, nascido livre, se escravizaria voluntariamente, obedecendo a outro e não a si próprio. Distanciando-se da influência de Hobbes e Locke, o autor apresenta a tese do contrato social, fundado no conceito de vontade geral, como o único meio pelo qual o indivíduo se realizaria enquanto ser humano. Ao assumir sua condição de cidadão, unindo-se a todos em vista do bem comum e não obedecendo a ninguém a não ser a si próprio, o mesmo adquire tanto a igualdade quanto a liberdade civil, condições sem as quais deixaria de existir. Somente dessa forma, cada cidadão, exercendo seus direitos e deveres, seria detentor de parcela da soberania, enquanto membro da vontade geral, no direito de legislar. PALAVRAS-CHAVE:Rousseau. Contrato Social. Vontade Geral. Liberdade. Igualdade.A modernidade, na história da teoria política, eleva a questão da origem do poder político como prioritária. A partir do século XVII, o poder político é caracterizado tanto pelo seu caráter laico, em relação às teorias do direito divino dos reis explicitadas pela filosofia cristã, quanto por seu caráter artificial, contrariando as teorias patriarcalistas expostas por Jean Bodin (1530-1596) e Robert Filmer (1588-1653). Respectivamente, os autores de O Patriarca e os Seis Livros da República propunham estabelecer uma origem natural ao poder político, com base na analogia entre o poder do monarca e o poder paterno, ou seja, com base numa suposta analogia entre a família e o Estado. A tese de uma suposta analogia entre as formas de poder privado e aquela do poder público, levando em conta o caráter supostamente natural de ambas, se torna inaceitável, definitivamente, como paradigma da análise 1 Doutora em Filosofia (FFCH/USP). Professora da Universidade de Brasília.
A questão da origem do poder político, na visão do filósofo contratualista inglês Thomas Hobbes, estabelece que o mesmo não está fundado nem vontade divina, nem na natureza, mas criado por um ato deliberado da vontade humana. Sendo criado por meio de um contrato, ou seja, uma transferência do direito natural à liberdade e à igualdade a um representante comum, o Estado, também chamado de Leviatã, é definido pelo autor como um Deus mortal. O objetivo do presente artigo é analisar de que maneira a concepção moderna do Estado, caracterizado a partir do século XVII, está fundada tanto em seu caráter laico, quanto artificial
Este artigo tem o objetivo de analisar em que medida a teoria política moderna, tal como apresentada por Thomas Hobbes, expondo um novo paradigma na análise de questões como a origem do Estado e do poder político, assim como, definindo, por meio de metodologia científica, conceitos tais como guerra, paz, soberania, justiça, igualdade e liberdade, podem estabelecer as raízes de questões das relações internacionais, apesar de não ser o principal objetivo do autor.
Em sua obra República, Platão define a cidade ideal e, portanto, justa, como aquela construída de acordo com as diferentes características naturais de seus cidadãos. Na Callipolis, os seres humanos estariam divididos em categorias de acordo com suas características naturais e deveriam ocupar na polis diferentes postos, de acordo com tais categorias. A desigualdade natural é o paradigma da análise política, desde a Grécia clássica, permanecendo durante toda a Idade Média, até a modernidade, que introduz, sobretudo no pensamento contratualista/iluminista dos séculos XVII e XVIII, a premissa de que todos os seres humanos devem ser, por natureza, considerados livres e iguais. Analisaremos a questão da justiça no pensamento político moderno, tendo em vista, sobretudo, os fundamentos dos princípios da igualdade e da liberdade.
Idealista, contratualista e pessimista em relação à natureza humana, Kant sobrepõe a ética à política e introduz no pensamento político um novo ponto de partida, que situa o Estado e não o indivíduo como centro da análise. Nosso objetivo será demonstrar de que maneira o pensamento político de Kant é herdeiro não somente do pensamento político de Rousseau, como muitas pesquisas apontam, mas também de Hobbes, cuja influência, não tão óbvia, sobre o pensamento do autor prussiano na área da moral, do direito e da política, revela-se uma fonte importante ainda pouco explorada.
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