Apresenta-se uma investigação com elementos de uma pesquisa participante que objetivou apresentar o cenário da formação de professores de ciências no âmbito da educação inclusiva utilizando interações discursivas produzidas em reuniões de uma rede de pesquisa no estado de Goiás. Os resultados permitiram analisar a política de educação inclusiva no estado de Goiás, bem como refletir sobre como o ensino de ciências pode contribuir para a formação de cidadãos dentro dessa escola inclusiva.
A educação de surdos tem sido uma temática bastante explorada após o reconhecimento da Libras como língua de sinais oficialmente brasileira. Entretanto, muitos surdos por diversos motivos, chegam ao ensino médio sem o conhecimento satisfatório dessa língua natural deles. Sendo assim, esta pesquisa participante teve como objetivo elaborar uma proposta de um questionário de histórico da linguagem, no intuito de auxiliar professores a diagnosticarem o perfil bilíngue de surdos, de modo que, possam compreender melhor as necessidades desses alunos e venham a contribuir para uma educação de qualidade e desenvolvimento desses alunos. No artigo, apresentamos algumas definições acerca do bilinguismo e problematizamos o conceito do surdo como um indivíduo bilíngue. Em seguida, apresentamos nosso caminho da pesquisa que inclui a discussão do uso do questionário de histórico da linguagem, como instrumento de coleta de dados para o diagnóstico do perfil bilíngue dos surdos. Nossos participantes foram seis alunos surdos da cidade X, do estado X e os dados foram coletados durante o ano de 2016. Nossos resultados, a partir da aplicação do questionário, permitem concluir que a educação dos surdos é um processo complexo e por isso se faz necessário que nos estudos que permeiam o ensino e aprendizagem dos surdos, seja incluído um estudo do perfil bilíngue destes indivíduos como forma de captar as nuances e diagnosticar problemas que cercam os processos envolvidos na educação dos surdos.
Recebido em 31/8/10; aceito em 14/2/11; publicado na web em 15/4/11 DISCURSIVE ACTIVITY IN THE TRAINING OF TEACHERS CHEMISTRY: A COLLECTIVE CONSTRUCTION OF THE DIALOGUE. This research was conducted in a research network in teaching science/chemistry, as an alternative for initial and continuing teacher formation. The network is composed by teachers in initial formation, teacher trainers and teachers of basic education of the various areas of science. Assuming the socio-historical perspective, the discourse coming from the social interaction between the collective of teachers, was the object of study. We present an analysis of the interactions of the speech and reflections about the appropriation of scientific/chemical as a social practice mediated by language supplement our results.Keywords: network formation teacher; teaching chemistry; collective dialogue. SOBRE A ABORDAGEM DISCURSIVA NA FORMAÇÃO DOCENTENa última década os estudos sobre a formação de professores têm centrado sua temática em torno de questões relativas à formação de um profissional crítico-reflexivo, em oposição à concepção do professor-técnico. 1 Na perspectiva da reconstrução sociocultural, se enquadra a corrente teórica que concebe o ensino como uma atividade crítica de intencionalidades dirigidas e realizadas ao longo de todo o processo ensino-aprendizagem. O professor, nesse caso: 3 Portanto, o papel mediador do outro, isto é, do professor não se destaca somente nos processos de apropriação e elaboração de conhecimentos pelo aluno, mas, também, na sua constituição como sujeito/profissional.Neste cenário, os processos de formação de professores são concebidos como experiências nas quais gêneros de discurso diferentes são colocados em contato. 4 A concepção dos processos formativos, enquanto apropriação discursiva, parte da inseparabilidade entre pensamento e linguagem e da relação entre as interações sociais e os contextos sociais e culturais, dando ênfase ao discurso dos atores e em como esses discursos conformam a ação. É na reorganização destes diversificados saberes que se pode refletir e compreender sobre a prática docente e sobre a possibilidade deste produzir enunciados com sua voz. Portanto, os saberes docentes não são inerentes a estes profissionais, não são inatos, e sim fruto de reconstruções de saberes. O saber docente é movimento ativo e particular de cada sujeito e tão importante quanto a aquisição destes saberes é o estudo dos processos de apropriação destes.Assumidos estes pressupostos, esta investigação foi desenvolvida ao longo de três disciplinas de estágio curricular supervisionado do curso de licenciatura em Química do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás, campus I. Objetivamos desenvolver a identidade docente de futuros professores de Química e de professores de Ciências/Química em formação continuada, reunindo estes sujeitos em uma rede de pesquisa em formação de professores. É importante compreender como este ambiente de formação, por meio da promoção do discurso, pode contribuir para os processos de...
O presente artigo pretende analisar as interações promovidas durante uma aula de química, cujo foco era a resolução de uma atividade por meio da colaboração (pares e trios). Os alunos tiveram acesso durante quatro aulas anteriores ao conteúdo de Termoquímica, base para a realização da atividade. A pesquisa de abordagem qualitativa caracterizou-se como um estudo de caso e os participantes da pesquisa foram 20 alunos da 2ª série de um Curso Técnico integrado ao Ensino Médio de um Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. No artigo, apresentamos a aprendizagem colaborativa e a interação social, ambas fundamentadas pela Teoria Sociocultural. Em seguida, apresentamos o estudo e a análise dos dados referentes à resolução da atividade colaborativa. Nossos resultados permitem inferir que a colaboração entre os alunos possibilita um maior nível de envolvimento e corresponsabilidade no processo de aprendizagem dos alunos.
Neste artigo, apresentamos e discutimos sobre o design e desenvolvimento de uma intervenção pedagógica (IP) em uma turma composta, exclusivamente, por estudantes surdos, cuja relação mediada com a professora contou com a colaboração de Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais (TILS), na qual objetivamos a apropriação conceitual no que diz respeito às transformações químicas da matéria. A pesquisa seguiu etapas de uma pesquisa participante, além de os dados terem sido coletados via registro fílmico, traduzidos, transcritos e analisados conforme referencial de análise dialógica do discurso. Nossos resultados apontam que o processo de intermediação (pela presença do TILS) forma uma relação entre o professor e estudante, criada para que a enunciação do professor chegue ao destinatário, o estudante. Nesse sentido, sinalizamos a importância do estreitamento da relação entre professor e TILS, para que o objetivo maior que se constitui na educação dos surdos possa ser cumprido com êxito, além de ressaltarmos a importância de garantir voz aos surdos como coconstrutores de um ensino de química que permita o real exercício da cidadania.
Esse artigo teve por objetivo relatar e discutir as ações recorrentes durante o processo de intermediação do conhecimento químico. As ações descritas nesse artigo foram realizadas durante um curso de extensão oferecido aos surdos matriculados no ensino médio da rede pública de ensino da cidade de Anápolis. O curso de extensão aconteceu no laboratório de química do IFG e contou com a participação de uma professora de química, dois tradutores e intérpretes de Libras (TIL), um professor de Libras, três licenciandos em química e treze alunos surdos. O curso de extensão foi organizado na forma de uma sequência didática contendo oito intervenções pedagógicas (IP), nas quais foram exploradas as seguintes temáticas: 1) Como reconhecer as transformações químicas? 2) As evidências garantem que ocorreu uma transformação química? 3) Reconhecendo transformações químicas e; 4) A massa é conservada nas transformações químicas? Todas as IP foram gravadas em áudio e vídeo, posteriormente foram traduzidas e transcritas para o português e passaram por uma Análise Dialógica do Discurso. Nossos dados nos mostram que o acordo linguístico, a utilização de recursos imagéticos, a negociação de sentidos e as interrupções na cadeia discursiva a partir do diálogo entre TIL e o professor são ações recorrentes em todo o processo de intermediação do conhecimento químico que contribuem para o acesso e desenvolvimento de um pensamento químico pelos alunos surdos.
Apresentamos uma pesquisa participante que teve como objetivo analisar as interações discursivas provenientes de um curso de extensão em química para surdos, na tentativa de elucidar aspectos inerentes à elaboração conceitual dos surdos. O curso de extensão foi realizado por meio de uma sequência didática com oito intervenções pedagógicas (IP) e nesse recorte foram analisados seis episódios de ensino, provenientes da IP1 em que a temática versava sobre o reconhecimento das transformações químicas. Nossos resultados apontaram que o processo de elaboração conceitual dos alunos surdos, em ambiente bilíngue, passa necessariamente pela intermediação do tradutor e intérprete de Língua de Sinais (TILS), o que difere substancialmente dos alunos ouvintes, entretanto, os alunos surdos possuem concepções alternativas semelhantes aos alunos ouvintes no que diz respeito ao conceito de transformação química. Nossos resultados também mostraram que as escolhas léxico-semânticas do TILS no processo de intermediação podem tanto auxiliar, quanto atrapalhar o acesso e desenvolvimento de um pensamento químico por parte dos alunos surdos.
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