Este artigo revisa os impactos do livro Sexual Politics (1970), de Kate Millet para a área dos estudos feministas e de gênero nas décadas que seguiram sua publicação, ou seja, os anos setenta, principalmente em pesquisas desenvolvidas no campo literário. A proposta é apontar os indícios que Millet apresenta naquele momento quanto à pluralidade que futuramente viria a marcar de forma determinante os conceitos de ‘mulher’/ ‘mulheres’ dentro das teorias feministas. Millet busca demonstrar como se organizou a revolução sexual no contexto anglo-americano, branco e, em sua maioria, heterossexual, mas por um panorama bastante pormenorizado. Dessa forma, através da rediscussão de seu texto, busco colocar o mesmo em diálogo com a produção de outras teóricas que revisaram as estórias do feminismo pela perspectiva histórica, como Clare Hemmings e a produção teórico-crítica das mulheres de cor estadunidenses, principalmente de Anzaldúa. A partir destes diálogos concluo que, ainda que o foco central de Millet não tenha sido a explosão da categoria ‘mulher’, através da visão de diferentes agendas revolucionárias, as pluralidades que marcariam a construção do sujeito do feminismo já permeavam seu texto, ideia que só mais tarde se tornaria central ao pensamento feminista.
O presente artigo discute o contexto histórico da presença de soldados norte-americanos no Nordeste brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial, que alimenta e enriquece a construção ficcional de Rachel de Queiroz em seu conto “Tangerine-girl”. Através da análise da protagonista do conto, uma jovem não nomeada, desenvolveremos nossos pontos de vista sobre as posições ocupadas por jovens brasileiras nas décadas de quarenta e cinquenta do século passado no que se refere ao seu pertencimento de gênero e cultural. Verificamos a forte influência de símbolos norte americanos tanto no conto em questão, como em outros textos que analisam o período por outros prismas além do literário. Rachel de Queiroz traz à tona os conflitos entre diferentes projetos e modelos sociais -- brasileiros e estadunidenses -- em um momento em que ser neutro era algo praticamente impossível. A modernidade e seus avanços tecnológicos, no entanto, aparentemente tornam-se mais importantes do que a própria discussão da guerra em si, pelo menos aos olhos da “menina-tangerina” criada por Queiroz, que se apaixona pela presença do dirigível norteamericano.
Introduzindo e localizando a discussão Em Algum lugar (2009), romance de Paloma Vidal, somos apresentadas a um mundo i ccional que se movimenta especialmente por entre dois lugares-Los Angeles e Rio de Janeiro. Os dois países envolvidos, os Estados Unidos e o Brasil, aparecem apenas como pano de fundo, sugerindo que as cidades, nesse caso, seriam
Resumo: No presente artigo discuto como marcas de gênero em textos literários contemporâneos destacam relações de poder e as implícitas desigualdades. Para tanto, enfocamos duas frentes de representação dessas marcas: via violência e opressão vinculadas ao gênero, especificamente no contexto da América do Norte. A partir da produção de teóricos(as) da violência, tais como Nan Stein, Suma Chitnis e Melinda York, e com referência a produções crítico-literárias de Rita Terezinha Schmidt, pesquisadora homenageada neste volume, proponho destacar o papel da Literatura (especificamente em Monoceros, de Suzette Mayr) para o questionamento do status quo, que fortalece uma organização social opressiva no que se refere a gênero e sexualidade, marcas essas verificáveis também em grande parte dos discursos críticos veiculados nos espaços da academia, da escola, dos sistemas educacionais como um todo.Palavras chave: Literatura canadense; Violência; Poder; Gênero; Rita Terezinha Schmidt.Abstract: Along the presente articleI discuss how gender criticism stresses power relations, pointing out the implied inequalities. In this sense, I focus on gender tension and on the way it is related to violence and oppression of some individuals because of their immersion in patriarchal gender systems, analyzing how this is represented in contemporary narratives by women in North America, mainly in Suzette Mayr`s Monoceros. Taking as my theoretical basis the work of some violence experts, such as Nan Stein, Suma Chitnis, and Melinda York, and the critical production of professor Rita Terezinha Schmidt in the Brazilian context, I point out the questioning role literature assumes as a space for unmasking the conservative status quo that perpasses the literary field. How the literary dialogues with the schooling context is also one of my interests along the article, seeing Education as a territory for debate and growth.
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