Em trabalhos anteriores, estudei o leitor contemporâneo brasileiro e a sua relação com os livros mais vendidos com vistas a entender os motivos, no plano do discurso, que os levaram a se identificar com esses produtos da cultura de massa. Esse perfil de leitor brasileiro, constituído em textos verbais, levou-me a refletir sobre o reflexo da cultura de massas no âmbito do texto sincrético, materializado nas telas do cinema hollywoodiano. As expectativas do seu enunciatário devem ser explicadas por meio da organização discursiva dos filmes e de sua imagem neles projetada. Para tanto, as produções de cinema mobilizam temas e figuras, apropriam-se de símbolos, mitos, clichês, ressignificando-os de acordo com o tipo de espectador que pretendem agradar. O suporte teórico-metodológico aplicado é o da Semiótica discursiva de base greimasiana. Os componentes do percurso gerativo de sentido e o exame das categorias da expressão serão recursos úteis para analisar duas produções hollywoodianas de cinema, X-men 3 e Crepúsculo, com o intuito de entender como cada um mobiliza a mesma figura da iconografia cristã: o Anjo da guarda. Também será apresentado como essa figura ocorre em outro discurso e que outros meios os filmes utilizam para disseminar ideologias específicas.
Capa: Dôuglas Aparecido Ferreira Editoração: Editora Bordô-Grená Revisão: Equipe Bordô-Grená DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) CATALOGAÇÃO NA FONTE Bibliotecário responsável: Roberto Gonçalves Freitas CRB-5/1549 Os conteúdos dos artigos são de absoluta e exclusiva responsabilidade dos autores. A Série Comunicações da UEMG é publicada em conformidade ao Edital 01/2019: http://www.uemg.br/publicacoes/3515-unidade-divinopolis-chamada-para-submissao-decapitulos-para-publicacao-serie-comunicacao
Resumo: Ora sucesso de bilheteria, ora desafeto da crítica, o cinema hollywoodiano é tema pouco presente em teses brasileiras. Devido e esse contrato polêmico, descrever-se-ão as estratégias semióticas que os tornam objetos de significação tão difundidos. Será explicado como se organizam o conteúdo e a expressão de um dos filmes mais vistos atualmente (segundo o site Box Office Mojo, na data de 26 de dezembro de 2012), comparando-o a um filme de outro período, para defender hipóteses sobre diferentes tipos de estrutura fílmica, conforme a incidência de ritmos paradigmáticos ou (com efeitos) sintagmáticos, contínuos ou descontínuos, de natureza absoluta ou relativa.Palavras-chave: semiótica, ritmo, cinema hollywoodiano Texto, discurso, significaçãoVersar a respeito da organização do discurso e sobre os processos de significação no cinema de massa (especificamente, a vertente comercial hollywoodiana) é uma tarefa pouco encontrada em estudos da área de Linguística. Felizmente, veremos ser possível relacionar parte do instrumental descritivo das línguas naturais e da semiótica (discursiva e plástica) ao estudo da linguagem cinematográfica. Comecemos pela origem do interesse.Este trabalho nasceu de uma pesquisa de graduação e de Mestrado em torno de livros mais vendidos. Esses primeiros trabalhos buscaram entender os livros e seu público por meio das características internas do texto escrito. A partir da maneira como se manifestaram as marcas linguísticas nos textos, o objetivo foi explicitar os processos de significação, gerados a partir da organização do seu conteúdo (Merenciano, 2009a,?).Na Linguística e nas teorias do discurso, esse tipo de investigação reconstitui as expectativas do leitorenunciatário (este, equivalente à projeção do público-alvo), por meio das marcas linguísticas, manifestadas no texto e que podem ser descritas no plano de conteúdo dos livros estudados. No caso do exame de filmes, também é possível observar um conteúdo (ní-veis narrativo, discursivo) e uma expressão, relativa aos fotogramas, que, desfilados em sequência, dão a plasticidade própria do filme. A organização do seu sentido está vinculada à própria concatenação de imagens na tela, em forma de cenas, planos, entre outras denominações dadas às possíveis unidades do filme, podendo ser, assim, investigadas e concebidas como recorte para o seu exame.Com respeito às características da significação, os elementos plásticos do cinema recebem, nas teorias do discurso e na semiótica plástica, a denominação de plano de expressão, enquanto a sua história (em suma, "o que ele diz ou representa") recebe o nome de plano de conteúdo. Assim, há um processo de expressividade no filme, orientado para a produção e comunicação de um determinado conteúdo, que diz respeito a como se organiza e é manifestada sua significação global. Do leitor ao espectadorNo trabalho realizado sobre os livros mais vendidos, era necessário recorrer às marcas linguísticas e a referências contextuais que determinado livro ia tecendo, para definir quais elementos do conteúdo di...
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