Os diários se constituíram como modos típicos da escrita de si feminina, desde que as mulheres conquistaram o direito à alfabetização, servindo como um instrumento para a construção do ser; uma maneira de se conhecer e de se fazer conhecer. O objetivo deste trabalho está em situar os diários íntimos como práticas culturais pertencentes, geralmente, às classes sociais abastadas, nas quais as mulheres estiveram delegadas a praticar a escritura, com o intuito de construir sua feminilidade. O presente trabalho faz parte de um projeto de pesquisa que tem como tema uma investigação histórica sobre os espaços de lazer e sociabilidade da elite pelotense na década de 1950. O principal ponto de referência para este estudo constitui-se no diário pessoal de Clarice Tavares Xavier, jovem pertencente a uma tradicional família gaúcha que, através do seu olhar, descreve o seu cotidiano e as diferentes impressões que tinha sobre os lugares que frequentava na cidade de Pelotas.
O presente artigo tem como objetivo apresentar uma investigação histórica sobre os espaços de lazer e sociabilidade de Clarice Tavares Xavier na cidade de Pelotas. Clarice era uma jovem pertencente a uma tradicional família de Pelotas quando, entre os anos de 1954 a 1956, escreveu dois diários relatando seu cotidiano em espaços educacionais, de lazer e sociabilidade na cidade. Concebendo os diários de Clarice como fonte e objeto da pesquisa, o objetivo dessa investigação histórica consiste em compreendê-los como instrumento de uma “construção de si” da identidade das mulheres de elite. Para isso, determinados espaços de lazer e sociabilidade são formadores de sua distinção social em que as normas sociais e de etiqueta compõem em maior ou menor medida a identidade de Clarice. Nesse sentido, o presente artigo pretende situar a escrita de si feminina como uma fonte que ultrapassa uma leitura somente do indivíduo e que ajuda a compor uma história urbana de Pelotas a partir dos espaços de lazer e sociabilidade de Clarice Tavares Xavier.
O presente artigo é resultado de uma pesquisa que desvela memórias sobre vivências de frequentadores do Grêmio Esportivo Rui Barbosa, um clube de futebol amador localizado no bairro Porto, na cidade de Pelotas (RS). O bairro Porto é historicamente conhecido como um espaço industrial da cidade, no qual existiam inúmeras associações esportivas de futebol amador composta por operários. Neste texto, objetiva-se analisar o período temporal em que o clube foi apenas um espaço comunitário de sociabilidades, dando enfoque ao signifi cado das vivências cotidianas dos moradores do bairro nesse espaço. A partir do escopo documental constituído de seis entrevistas com frequentadores do clube, fotografi as e um livro de atas pretende-se situar o clube como um “lugar de memória”, onde as festividades e as redes de amizades são memórias que constituem partes de muitas histórias: do bairro, da vida dos moradores, e do Grêmio Esportivo Rui Barbosa.
A presente resenha sobre o livro Madness in Cold War America de Alexander Dunst busca apresentar a trajetória da loucura entre uma patologia e a retórica cultural e de estado americano. A partir de cinco capítulos densamente construídos o autor apresenta a importância de localizar a loucura como produto da Guerra Fria. A partir de fontes literárias e cinematográficas o autor faz uma intensa analise sobre como a psicanálise e psiquiatria se tornou popular no cotidiano dos americanos. Ademais, a retórica do governo americano também utilizou do vocabulário teórico da psicanalise para enquadrar os indivíduos que eram compatíveis com a ideologia liberal, dessa maneira, a polarização entre o normal e louco se estendeu tanto para uma condenação da União Soviética como irracional/ patológica como também para enquadrar os comportamentos aceitáveis na sociedade americana.
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