In this paper, the author seeks to analyse the nature and function of metapsychological theory in Freudian psychoanalysis. He shows that Freudian psychoanalytic theory is composed of an empirical part--the psychology of clinical facts--and a speculative part--metapsychology. Freud considers this latter part as being a speculative superstructure of value that is only heuristic, capable of being supplanted by other superstructures of the same type. The author sustains the idea that this metapsychology is the fruit of speculative method, whose foundations were elaborated by philosophers and epistemologists before Freud, including Immanuel Kant and Ernst Mach. He concludes with considerations regarding the future of metapsychological theorisation, presenting criticisms of Freudian metapsychology offered by both philosophers and psychoanalysts, and pointing to the perspective opened by Donald W. Winnicott of a psychoanalysis without metapsychology.
Neste artigo pretende-se mostrar que, para Winnicott, o fundamento do processo de simbolização está na atividade que caracteriza a expansão da área dos fenômenos transicionais. Enquanto para Klein, a relação com objetos que são símbolos de outros objetos ocorre como defesa contra a angústia derivada das relações objetais, para Winnicott, esta relação deriva da atividade do brincar e da criatividade a ela associada. Essa diferença caracteriza a maneira como cada um desses autores concebe a entrada do homem na vida cultural, e como eles concebem os objetivos do método de tratamento psicanalítico.
In this paper, the author attempts to show how Winnicott rejected the basic concepts of Freud's metapsychology, namely the concepts of Trieb (instinct/drive), psychical apparatus and libido. To that purpose, he first elucidates what metapsychology is, according to Freud. Freud describes metapsychology as a speculative superstructure of psychoanalysis in which the aforementioned concepts correspond to the dynamic, topographical and economic viewpoints. The author then presents an explanation of what metapsychology means in Winnicott's view, and examines his criticism of this kind of speculative theorization in psychoanalysis, as well as his suggested substitute for each of those basic concepts. Subsequent analysis shows that Winnicott replaced the main concepts of the metapsychological theory, which have no correlation whatsoever in the phenomenal world, with a set of other, non-speculative concepts, thereby favouring a factual theorization.
ResumoNeste artigo pretende-se apresentar os aspectos gerais, teóricos e descritivos dos objetivos do tratamento psicanalítico para Freud e Winnicott, para, ao final, explicitar algumas continuidades e rupturas nas suas concepções sobre qual seria o objetivo do processo psicoterapêutico psicanalítico. Nesse sentido, procura mostrar que Freud pensa o objetivo do tratamento psicanalítico em termos de uma estabilidade do eu nas relações interpessoais, pressionadas pela vida instintual e pelos valores superegoicos (também referidos à sexualidade), enunciado tanto de forma metapsicológica quanto descritiva, tendo em vista a diminuição do sofrimento; e Winnicott, numa ampliação da proposta de Freud, aponta esse objetivo para além da vida instintual ou sexual (mas sem deixar de considerá-la), buscando a conquista de um lugar para ser e continuar sendo, sentir-se real e levando a própria vida, ainda que isso possa ser sofrido. Descritores: Freud; Winnicott; tratamento; sofrimento; continuidade de ser.
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ArtigoAonde o psicanalista espera levar o paciente ao longo e ao fim de um tratamento psicanalítico? Qual é o horizonte (o telos) na direção do qual se voltam todos os seus esforços? É comum dizer que a psicanálise não foca sua atenção na eliminação de um determinado sintoma (ou conjunto de sintomas), dado que, não modificada a causa ou causas que geram os sintomas, estes seriam substituídos por outros, migrando de um modo de expressão sintomática para outro. Mas quais seriam, mais especificamente, em termos descritivos e teóricos, esses objetivos? Delimitando minha análise a dois autores clássicos -em primeiro, e necessariamente, seu fundador e, em segundo, um dos autores
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