Resumo: O objetivo do presente trabalho é descrever tendências e desigualdades nos comportamentos de risco à saúde em adolescentes. Estudo transversal, comparando duas coortes de nascimentos da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Foram incluídos 1.281 adolescentes da coorte de 1982 e 4.106 da coorte de 1993 acompanhados em 2001 e 2011, respectivamente. Foi avaliado o consumo de álcool, uso de drogas ilícitas, uso de tabaco, iniciação sexual < 16 anos, não uso de preservativo e múltiplos parceiros sexuais. Foram calculadas prevalências totais para cada coorte, estratificadas por sexo e renda per capita, e medidas de desigualdades absoluta e relativa. Houve diminuição, de 2001 para 2011, na prevalência de uso experimental de álcool, uso de drogas, fumo e não uso de preservativos, e aumento no número de parceiros sexuais. O gap na prevalência conforme sexo aumentou para o não uso de preservativo, e para os outros aumentou. O gap entre grupos de renda diminuiu para iniciação sexual < 16 anos e aumentou para episódios de embriaguez. Apesar da tendência de diminuição na prevalência dos comportamentos de risco, as desigualdades socioeconômicas persistiram.
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