As sequências Proterozoicas, ao Norte no Distrito Federal e na região de Bezerra e Vila Boa (Goiás), são constituídas por calcários e dolomitos, pelitos e arenitos correspondentes aos Grupos Bambuí e Paranoá. No Distrito Federal, tais unidades são sobrepostas tectonicamente por rochas metassedimentares de fácies xisto-verde do Grupo Canastra. Entre os constituintes minerais dos termos pelíticos de todas estas unidades, predominam os filossilicatos, particularmente a illita e a muscovita, identificados por difração de Raios X, com o auxílio de decomposição da reflexão em d(001). O Índice de Kübler (Índice de Cristalinidade da Illita) complementa a interpretação da diagênese local e da possível influência de carga tectônica sobre diagênese/metamorfismo, resultante da sobreposição por falha de empurrão das rochas do Grupo Canastra sobre aquelas dos grupos Paranoá e Bambuí, na região do Distrito Federal. Os resultados indicam condições de epizona para as amostras analisadas do Grupo Canastra e anquizona para aquelas dos Grupos Bambuí e Paranoá, sendo que os valores do Índice de Kübler são menores nas rochas expostas ao norte do Distrito Federal do que na região de Bezerra, em Vila Boa. Além disso, os índices das rochas do Grupo Bambuí são inferiores aos do Paranoá em toda a região estudada, indicando que a influência da carga tectônica ocorre de forma gradativa, partindo do ponto de maior carga.
A caracterização mineral e geoquímica de pelitos das formações Serra de Santa Helena (FSSH) e Serra da Saudade (FSS) podem contribuir para a interpretação da evolução da bacia de deposição do Grupo Bambuí, que tem sido considerada como do tipo foreland relacionada à Orogênese Brasiliana. Assim, este trabalho visa comparar a composição dos pelitos ao longo da coluna estratigráfica – FSSH e FSS – e na distribuição geográfica entre as regiões de Vila Boa – Bezerra, a oeste, e da Serra de São Domingos, a leste, buscando indicações sobre condições deposicionais e a proveniência dos sedimentos. Para isto foram realizadas análises petrográficas, por difração de raios X, geoquímica de rocha total e química mineral de filossilicatos. Verifica-se que na FSSH a oeste há maior variação de estruturas sedimentares, composição mineral e composição química do que a leste, enquanto que na FSS os pelitos tendem a maior homogeneidade além de conter maior contribuição de minerais ferromagnesianos, representados por clorita e biotita. Em ambas as formações é confirmada a seleção granulométrica, em que os pelitos mais finos são constituídos essencialmente por filossilicatos enquanto os mais grossos contêm maior porcentagem de silicatos não argilosos, principalmente albita. Valores do Índice de Variação Composicional (IVC) na FSSH e na FSS indicam sedimentos imaturos nas duas unidades tanto a oeste quanto a leste, mas valores distintos refletem variação da rocha fonte. Na FSSH a oeste há também pelitos mais maturos, com contribuição de sedimentos reciclados provenientes do Grupo Paranoá (glauconita e zircão). Esses sedimentos imaturos, com IVC em torno de 1, tendem a ser encontrados em áreas tectonicamente ativas, provavelmente associadas à evolução da Faixa de Dobramentos Brasília.
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