FR. S’appuyant sur une enquête qualitative menée dans les médias à capitaux publics au Burkina Faso en 2019, cet article analyse les interrelations entre genre et technologie, et conforte le postulat que les métiers techniques sont construits ou représentés autour d’une organisation sociale sexuée. D’une part, les rapports entre les journalistes et les techniciens des deux sexes sont disputés et construits autour des notions de « centre » représenté par les journalistes, vus comme l’instance la plus importante et de « périphérie » incarnée par les techniciens, considérés comme des ouvriers ou des agents de soutien des journalistes. Ces rivalités de reconnaissance sociale et professionnelle entre les deux groupes professionnels s’accentuent davantage quand les journalistes s’autoproclament techniciens, affirmant être désormais capables d’exercer les métiers techniques grâce aux facilités que leur offre le numérique. D’autre part, des stéréotypes liés au sexe caractérisent les relations professionnelles, participant à une sous-représentation des femmes techniciennes ou à une masculinisation du métier. La recherche montre, en outre, que le travail de la technicienne est sous-valorisé au sein du microcosme professionnel ou du champ médiatique et hyper valorisé par la société extra-journalistique. Dans l’imaginaire du monde intra-médiatique qui est aussi celui des techniciens, la capacité de la femme à exercer des métiers techniques est relativisée ou réfutée. Mais, lorsque les femmes s’illustrent par le travail, la combattivité, l’affirmation de soi, elles sont représentées par les hommes comme des « hommes » donnant à voir une forme d’égalisation des rapports professionnels entre les techniciens et les techniciennes. L’article révèle, par ailleurs, des formes de résistances, de la part des femmes techniciennes, à cette dévalorisation professionnelle. A contrario, les encouragements et les félicitations qu’elles reçoivent du monde non-journalistique représentent pour elles des sources d’inspiration, d’affirmation de soi et d’engagement plus prononcé dans le métier. Enfin, l’article montre que, dans les métiers techniques, le progrès technologique est source de rupture générationnelle féminine. *** EN. This paper analyzes the interrelationships between gender and technology (based on qualitative research of public-funded media in Burkina Faso in 2019) and confirms that the constitution and representation of technical professions are rooted in a gender-based social organization. On the one hand, the relationship between journalists and technicians of both sexes are defined and built around the notions of a “center” represented by journalists (considered the most important aspect of the media structure), and a “periphery” incarnated by technicians (considered supporting agents of journalists). The rivalry for social and professional recognition between the two groups escalates when journalists proclaim themselves technicians, claiming to be able to exercise technical professions thanks to the ease offered by digital technology. On the other hand, gender stereotypes characterize professional relationships, contributing to an under-representation of women technicians and to a masculinization of the profession. The research shows, moreover, that the work of the female technician is undervalued within the professional microcosm and in the media field and overvalued by extra-journalistic society. In the imaginary of the realm of intra-media, which is also that of technicians, women's ability to exercise technical professions is relativized or denied. But, when women distinguish themselves through work, combativeness or assertiveness, they are represented by men as “men” as a way of equalizing professional relationships between male technicians and female technicians. This paper also reveals forms of resistance on the part of female technicians to this professional devaluation. On the other hand, the encouragement and congratulations they receive from the non-journalistic world represent sources of inspiration, self-assertion and a clearer commitment to the profession. Finally, the article shows that, in the technical professions, technological progress is a source of female generational rupture. *** PT. Com base em uma pesquisa qualitativa realizada na mídia pública em Burkina Faso em 2019, este artigo analisa as inter-relações entre gênero e tecnologia e apóia o postulado de que as profissões técnicas são construídas ou representadas em torno de uma organização social de gênero. Por um lado, as relações entre jornalistas e técnicos de ambos os sexos são disputadas e construídas em torno das noções de “centro” representadas pelos jornalistas, vistos como a instância mais importante, e de “periferia” encarnadas pelos técnicos, considerados agentes de apoio de jornalistas. Essas rivalidades por reconhecimento social e profissional entre os dois grupos profissionais se acentuam ainda mais quando jornalistas se proclamam técnicos, afirmando poder exercer profissões técnicas graças às facilidades oferecidas pela tecnologia digital. Por outro lado, os estereótipos de gênero caracterizam as relações profissionais, contribuindo para uma sub-representação das técnicas mulheres ou para uma masculinização da profissão. A pesquisa mostra, além disso, que o trabalho da mulher técnica é subvalorizado dentro do microcosmo profissional ou do campo da mídia e hipervalorizado pela sociedade extrajornalística. No imaginário do mundo intra-midiático, que é também o dos técnicos, a capacidade das mulheres de exercer profissões técnicas é relativizada ou refutada. Mas, quando as mulheres se distinguem por meio do trabalho, da combatividade, da assertividade, são representadas pelos homens como "homens", mostrando uma forma de equalização das relações profissionais entre técnicos e técnicas. O artigo também revela formas de resistência, por parte das técnicas, a essa desvalorização profissional. Por outro lado, o incentivo e as felicitações que recebem do mundo não jornalístico representam para elas fontes de inspiração, autoafirmação e compromisso mais nítido com a profissão. Por fim, o artigo mostra que, nas profissões técnicas, o progresso tecnológico é uma fonte de ruptura geracional feminina. ***
Cet article revisite l’histoire de la presse dans la Haute-Volta (post)coloniale pour exhumer les noms des premiers journalistes voltaïques, leurs itinéraires, leurs rôles dans l’animation de la vie politique ainsi que les identités nationales ou professionnelles qu’ils ont façonnées. La période coloniale a été dominée par la pratique d’un journalisme ronéotypé, militant, affaire d’hommes politiques et de syndicalistes qui s’en servaient pour des luttes de positionnement idéologique et de revendications sociales. La veille des indépendances voit se développer un journalisme d’État, qui se met au service exclusif de l’ordre politique dominant. À la fin des années 1960, la Haute-Volta voit timidement émerger une presse privée, qui se veut indépendante et professionnelle même si les journalistes qui la composent, à l’instar des pionniers de la presse voltaïque, ne reçoivent aucune formation professionnelle, apprenant sur le tas ou au travers de stages de courte durée en Europe.
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