O estudo buscou compreender os significados e sentidos produzidos por usuários de psicofármacos da Atenção Primária à Saúde (APS) acerca da experiência com esses medicamentos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que utilizou entrevistas semiestruturadas e a Análise de Práticas Discursivas de Mary Jane Spink para a compreensão do fenômeno. Participaram da pesquisa oito mulheres e um homem, com idade média de 50 anos, usuários de psicofármacos, vinculados à uma Estratégia de Saúde da Família (ESF) de um município do interior do Rio Grande do Sul. Os resultados demonstram que os medicamentos atuam como estratégias para lidar com o desconforto decorrente de situações familiares, sociais e econômicas. A permanência deste uso se justifica pela possibilidade de alívio dos sintomas indesejados e na percepção de produtividade e bem-estar, considerados efeitos positivos dos medicamentos pelos usuários. Os sentidos produzidos refletem a relação do sujeito com o sofrimento na contemporaneidade, em que o medicamento é eleito pelo usuário e equipe de saúde como principal recurso de cuidado. Compreende-se que novos estudos se fazem necessários a fim de problematizar o uso de psicofármacos na APS, considerando a interlocução entre usuários, equipes de saúde e a promoção de outras estratégias de cuidado para além do medicamento.
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