vie familiale sous l' Ancien Régime foi apresentado ao leitor brasileiro através da tradução de uma versão abreviada, publicada pelas Editions du Seuil, de Paris, em 1975. Nessa edição, a segunda parte do livro, intitulada A vida escolástica, foi praticamente eliminada. Dos oito capítulos que compõem o original, um deles-Do externato ao internatofoi totalmente suprimido, enquanto os outros foram reduzidos de forma drástica (o capítulo 6-As "pequenas escolas"passou a ter exatamente 14 linhas), mantendo-se intacto o texto da conclusão geral. Esse corte, cuja lógica não conseguimos perceber, prejudicou o equilíbrio da obra, privando o leitor de acompanhar, através da criação e das transformações do mundo escolar, o surgimento e consolidação do sentimento de infância. Desse modo, o livro se apresenta desfalcado de um dos dois campos de pesquisa e reflexão fundamentais para o desenvolvimento da questão que propõe: como e quando foi criada a idéia moderna de infância. O outro campo-o mundo familiar-é tratado na terceira parte do livro, felizmente reproduzido de forma integral.
Autoridade máxima do Tribunal do Santo Ofício, o inquisidor acumulava as funções de investigador e juiz, encerrando em suas mãos um enorme poder. Os estudos sobre o processo inquisitorial têm ressaltado que o arbítrio do juiz era muito mais amplo nesta justiça do que noutras de sua época, devido ao grande número de questões subjetivas, não resolvidas normativamente ou tratadas de forma ambígua pela legislação. Este trabalho apresenta uma análise do papel do inquisidor, suas atribuições e prerrogativas, em um tribunal que sempre primou por orientar seus processos no sentido de confirmar suas suspeitas iniciais e culpabilizar o réu
Este trabalho propõe uma análise das práticas de atendimento policial às mulheres vítimas de violência de gênero em quatro delegacias do Estado do Rio de Janeiro, duas delas especializadas no atendimento a esse tipo de conflitos, localizadas na capital do Estado, e duas comuns, localizadas no interior. A criação das Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher, em meados dos anos 80, foi fruto das pressões do movimento feminista sobre o governo, no contexto político da redemocratização do país após a Ditadura Militar. Enfatizamos neste texto a existência, no cotidiano das delegacias, do confronto entre diferentes representações sobre a natureza desse tipo de conflito e procuramos analisar, de modo comparativo, como esse fato se reflete nas práticas policiais observadas, com o objetivo de verificar se as delegacias especializadas apresentam práticas de ABSTRACT: This paper proposes an analysis of practices of police assistance to women victims of gender violence in four police stations of the State of Rio de Janeiro, two of them specialized in assisting with this type of conflict, located in the state capital, and two others, not specialized, located in the countryside. The creation of the Specialized Police Assistance to Women in the mid 80s was the result of pressure from the feminist movement over the government in the political context of democratization of the country after the military dictatorship. We emphasize the existence, in the daily routine of the police stations, of the confrontation among different representations on the nature of this conflict, and we have tried to analyze, in a comparative way, how this fact affects the police practices observed, in order to verify if the specialized police stations present practices of conflict management which are differentiated and more suitable to the conceptions that have guided their creation as public policy of gender.
FluminenseNeste ensaio, o professor Ronaldo Vainfas realiza uma análise perspicaz do campo de estudos denominado História da Vida Privada, movendo--se com desenvoltura num terreno que ele mesmo classifica como ambiguo, à procura de demarcar seus territórios, tanto do ponto de vista temático, quanto teórico-metodológico.A principal estratégia utilizada para dar conta dessa delicada tarefa é o exame, qualitativo e quantitativo, dos cinco volumes publicados por Georges Duby e Philippe Aries entre 1985 e 1987, condensando significativa parte da produção historiográfica desse campo.O primeiro alvo escolhido, na análise da obra, são os prefácios escritos por seus organiza dores. Com muita propriedade, e por vezes com fina ironia,Vainfas aponta as incertezas e mesmo incoerências que estés textos apresentam.De início um dilema muito bem captado: como conciliar uma abordagem suficientemente amplÇJ do que seria vida privada, para incluir sociedades que vão da Europa à Africa romanizada, desde a Antigüidade até a década de 1980, com um conceito de privacidade consolidado apenas no século XIX, com a sociedade burguesa? .
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