Este trabalho propõe e analisa a Musicoterapia como estratégia de produção de saúde do trabalhador, em estudo desenvolvido junto a profissionais técnicas de enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva infantil de um hospital público da cidade de Porto Alegre. A atenção à saúde dos trabalhadores produz novas questões teórico-conceituais, práticas, éticas e políticas no campo da Musicoterapia, ligadas ao território do trabalho e suas configurações contemporâneas, ao "ser" trabalhador e à saúde, e que têm implicações sobre a Musicoterapia e o musicoterapeuta na contemporaneidade. À luz das contribuições de Foucault, este trabalho centraliza-se na discussão do hospital como território de produção de subjetividades, a partir do desenvolvimento do conceito de 'Panáudio', mapeando e analisando efeitos deste dispositivo, que se efetivam pelos contextos sonoros. Aponta controles e resistências possíveis e propõe a produção de novas subjetividades pelo uso das práticas musicais em Musicoterapia em uma proposta de abordagem institucional.
Neste artigo, busco examinar as configurações do trabalho dos músicos e das musicistas no Brasil atual à luz da nova morfologia do trabalho (ANTUNES, 2008). Reflito sobre este tema considerando a precarização do trabalho, aspectos do empreendedorismo e os possíveis efeitos da pandemia da Covid-19 sobre a vida laboral desses(as) trabalhadores(as), a partir de uma pesquisa bibliográfica e documental que dirigiu especial atenção ao contexto de Curitiba e região. Tais efeitos, considerados em suas dinâmicas de luto e resiliência entre a vida “de dentro” e “de fora” do trabalho na pandemia, evidenciam as sérias adversidades vividas por esses indivíduos, mas também as inúmeras mobilizações desenvolvidas por meio de suas redes de cooperação (BECKER, 2010). Estas redes tanto têm provido ajuda mútua quanto se mostram como espaços privilegiados para a construção de outras perspectivas sobre o mundo do trabalho da música e suas transformações. Por fim, analiso as configurações do trabalho musical no país como elementos-chave para a compreensão da desproteção social vivida por esses(as) trabalhadores(as) na pandemia da Covid-19.
Nos últimos anos é notório o crescente número de projetos e iniciativas norteados por metodologias participativas e/ou colaborativas no Brasil, ligados a diferentes instituições, como universidades, museus, centros de pesquisa e de fomento às políticas públicas e recorrentemente voltados para comunidades periféricas e/ou tradicionais, pautados por discursos afirmativos, democratização de saberes e reconhecimento da diversidade cultural. No intuito de balizar o debate e expor alguns argumentos sobre este campo, propomos refletir de modo mais detalhado sobre algumas iniciativas desenvolvidas a partir dos anos 1980 na cidade de Januária (MG), voltadas ao campo do artesanal e paisagem sonora ditos tradicionais. Num momento em que se identifica um constante assédio em torno dos ditos “saberes populares”, parece-nos oportuno propor uma reflexão sobre os possíveis alcances destas práticas e os justos sentidos de protagonismo que de fato almejam.
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