A violência contra mulher é um problema de saúde pública, sendo muitas vezes cometida por parceiros íntimos; nesse caso, denominada violência doméstica. Essa modalidade de violência tem diversas consequências psicológicas, familiares, econômicas e em termos de saúde. Em função das referidas consequências, é interesse de estudo da economia, a qual se empenha em determinar como variáveis econômicas influenciam a ocorrência de tal evento, de forma que políticas públicas possam ser formuladas para atenuá-lo. Assim, este estudo tem como objetivo central analisar o efeito da dependência financeira da mulher em relação ao marido na ocorrência de violência conjugal. Por meio dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE) relativa a 2009 e mensurando-se a dependência financeira pela diferença salarial entre marido e esposa no que concerne à renda domiciliar, estimou-se um modelo probit. Os resultados indicaram efeito negativo da dependência financeira da mulher na probabilidade de ocorrência de violência doméstica. Tal resultado pode indicar que o homem usa da violência para extrair recursos da mulher, ou que quanto maior a dependência, menores as chances de que a violência seja reportada.
O objetivo do presente estudo consiste em mensurar a pobreza multidimensional no Brasil, levando em consideração seu perfil, evolução temporal, a relação entre suas dimensões e sua distribuição entre as macrorregiões brasileiras. Para tal, utilizaram-se os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) referente ao período 2016-2019 em sua primeira entrevista. Em termos metodológicos, foi utilizada a técnica multivariada de Análise Fatorial com o intuito de calcular os índices e subíndices sintéticos de pobreza multidimensional a nível familiar. Como principais resultados, destaca-se a prevalência em grupos mais vulneráveis, a redução da pobreza multidimensional no período 2016-2018 com elevação em 2019, o baixo nível de correlação entre as dimensões que a compõem, assim como a constatação de que o fenômeno acomete primordialmente as famílias residentes nas zonas rurais das regiões Norte e Nordeste do país.
O suicídio é um problema de saúde pública e um fenômeno complexo com expressivas consequências negativas para os indivíduos e para a sociedade. Sua ocorrência é influenciada por diversos fatores, incluindo o mercado de trabalho. Nesse sentido, o presente estudo pretende analisar o efeito do nível de emprego no setor formal sobre as taxas de suicídios dos municípios de Minas Gerais, entre 2002 e 2017. Para tal, foram utilizados dados do Índice Mineiro de Responsabilidade Social, disponibilizados pela Fundação João Pinheiro. Um modelo econométrico com dados em painel dinâmico foi estimado por meio do Método de Momentos Generalizados em Sistema (GMM-SYS). Os resultados mostraram uma influência estatisticamente significante e positiva do nível de emprego formal na taxa de suicídios, ou seja, tal taxa é diminuída. Enfatiza-se, dessa forma, a importância do emprego assistido de direitos para reduzir a instabilidade dos indivíduos e evitar que esses recorram a ações extremas, como o suicídio.
Efeitos do nível de escolaridade na procura e acesso a serviços de saúde preventivos no Brasil: uma análise multinível. Orientador: Evandro Camargos Teixeira. A utilização dos serviços de saúde preventivos é uma importante forma de investimento social e econômico, prevenindo doenças e diminuindo a necessidade de gastos públicos e privados com tratamento e reabilitação. Diante disso, é essencial determinar os fatores que influenciam tal utilização, tanto a procura por esses serviços quanto a entrada no sistema de saúde, quando essa procura existe, ou seja, o acesso. A literatura aponta que tanto a procura quanto o acesso a serviços preventivos são determinados pela interação entre características individuais e contextuais, sendo um dos fatores individuais mais relevantes o nível educacional. Nesse sentido, o presente estudo analisou o efeito educacional sobre a demanda e o acesso a serviços de saúde preventivos no Brasil através da estimação de Modelos Logísticos Multiníveis. Para tal, foram utilizados dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019. Os resultados indicaram que um maior nível de escolaridade aumenta a probabilidade de procura por serviços de saúde preventivos por parte dos indivíduos, assim como aumenta a probabilidade de acesso a esses serviços quando a procura existe. Assim, conclui-se que é necessário conscientizar a população quanto à prevenção e possibilidades de atendimento às necessidades em termos de serviços de saúde por parte dos indivíduos. Palavras-chave: Serviços de saúde preventivos. Demanda. Acesso. Brasil.
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