RESUMO Introdução As lesões de fígado estão presentes em 8% dos traumas contusos. Pacientes com lesões hepáticas complexas são tratados cada vez mais conservadoramente. Mais de dois terços das lesões de alto grau requerem laparotomia, com ressecção hepática em até 5% e mortalidade de até 9%. O objetivo é caracterizar as condutas no trauma hepático em serviço de trauma, enfatizando a decisão por tratamento conservador ou não, resultados e quadro associado. Desenho do estudo Estudo retrospectivo com revisão de 50 prontuários de pacientes com trauma hepático no período de abril/2011 a abril/2012. Resultados Nesse grupo, 80% dos pacientes foram submetidos a tratamento não-operatório, e não foram observadas falhas nesse tratamento em até 72 horas. O tempo de internamento médio foi de 11,88 dias no tratamento não-operatório, e de 13,8 dias nos laparotomizados. Os mecanismos de trauma mais freqüentes foram acidentes de moto e queda de outro nível (ambos com 20%). O grau de lesão II foi o mais prevalente (40%). Nas laparotomias exploradoras, as lesões eram graus II ou III. Os pacientes do tratamento cirúrgico receberam transfusão de, em média, 2,6 mais hemocomponentes que o grupo não cirúrgico. 8% foram a óbito por causas associadas. Nos laparotomizados, optou-se por não tratar a lesão hepática em 20% (grau II). Conclusão Seguiu-se a tendência atual de tratamento majoritariamente conservador do trauma hepático, obtendo-se dados condizentes com a literatura indicativa que apenas 13% dos casos é operatório. Constatou-se uma taxa de 100% de sucesso no tratamento conservador, pois os óbitos ocorridos se deram devido à severidade das lesões extra-abdominais. A literatura mostra taxas de sucesso entre 85 e 95%. Notouse número significativo de lesões graus II e III tratadas com laparotomia, não sendo um padrão comum na literatura. Não foram relatadas complicações próprias do trauma hepático. O tratamento conservador diminuiu morbidade, tempo de internamento e necessidade de hemoderivados.
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