A passagem de plantão é um recurso estratégico para a organização dos cuidados de enfermagem, que permite a continuidade da assistência efetiva. Trata-se de uma atribuição do enfermeiro, que precisa desenvolver a competência em comunicação para coordenar, organizar e realizar a passagem de plantão. A reconfiguração do papel do hospital, importância da integralidade e continuidade do cuidado, relevância da temática para o trabalho do enfermeiro e da equipe de enfermagem e a carência da produção científica sobre a passagem de plantão na atenção hospitalar justificaram a realização desta pesquisa. O objetivo foi identificar potencialidades e limitações da passagem de plantão de enfermagem na atenção hospitalar. Trata-se de estudo descritivo, abordagem qualitativa, utilizando Técnica do Incidente Crítico. Desenvolvido nas Unidades Funcionais da Neurologia e Clínica Cirúrgica, de hospital público universitário, referência para atenção às urgências e emergências, em município da região nordeste do Estado de São Paulo. Os participantes foram enfermeiros que atenderam aos critérios de inclusão: ser profissional nos serviços selecionados, não estar direta ou indiretamente envolvido com o estudo e estar presente na unidade à época da coleta de dados, e foram critérios de exclusão: estar ausente da unidade em decorrência de afastamentos de qualquer natureza. Para coleta de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, gravadas, transcritas integralmente. Para análise, foi utilizada a estatística descritiva e para os relatos utilizou-se a análise de conteúdo. Foram encontradas 76 situações, 103 comportamentos e 126 consequências. As situações tiveram predomínio de referências negativas (73,7%), agrupadas em quatro categorias: comunicação, interrupções na passagem de plantão, aspectos ambientais e aspectos organizacionais. Os comportamentos tiveram maioria de referências negativas (63,1%), agrupados em quatro categorias: comunicar, interromper a passagem de plantão, questionar a estrutura de trabalho e utilizar recursos tecnológicos. As consequências concentraram referências negativas (65,8%), agrupadas em quatro categorias: comunicação, tempo, organização do trabalho e relações interpessoais. As referências positivas foram entendidas como potencialidades e as referências negativas como limitações para a passagem de plantão. Nesse sentido, pode-se afirmar que os resultados referentes a situações, comportamentos e consequências evidenciam predomínio de limitações para a passagem de plantão incluindo as interrupções, falhas na comunicação, ausência de um local adequado para a realização da passagem de plantão e extensão na carga horária de trabalho, que podem repercutir em fatos inadequados para o atendimento ao usuário, tais como possibilidade de erros, duplicação/repetição de cuidados ou supressão destes inadvertidamente. Cabe destacar que, embora menos frequentes, as referências Palavras-chave: Enfermagem. Organização e Administração. Hospital. Comunicação. Administração Hospitalar.
RESUMO Objetivo: identificar potencialidades e limitações da passagem de plantão de Enfermagem na atenção hospitalar. Método: trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, utilizando a Técnica do Incidente Crítico, com enfermeiros de unidades de internação de hospital público de ensino. Coletaram-se os dados por meio de entrevista semiestruturada, guiada por um roteiro, identificando-se as entrevistas com o número sequencial de realização. Empregou-se a estatística descritiva, que contribuiu para a descrição e a síntese dos dados em tabelas. Utilizou-se, em seguida, a técnica de Análise de Conteúdo para análise dos relatos. Resultados: obtiveram-se 76 situações, com 73,7% de referências negativas, nas categorias comunicação, interrupções na passagem de plantão, aspectos ambientais e aspectos organizacionais; 103 comportamentos, com 63,1% referências negativas, nas categorias comunicar, interromper a passagem de plantão, questionar a estrutura de trabalho e utilizar recursos tecnológicos; 126 consequências, com 65,8% de referências negativas, relativas à comunicação, tempo, organização do trabalho e relações interpessoais. Conclusão: evidencia-se, diante do predomínio de referências negativas, entendidas como limitadoras da passagem de plantão, a necessidade de intervenção da gestão dos serviços para superar as limitações e fortalecer os aspectos positivos. Descritores: Enfermagem; Organização e Administração; Comunicação; Hospital; Supervisão de Enfermagem; Serviços de Enfermagem. ABSTRACT Objective: to identify the potentialities and limitations of Nursing shift switching in hospital care. Method: this is a qualitative, descriptive study, using the Critical Incident Technique, with nurses from hospitalization units of a public teaching hospital. The data were collected through a semi-structured interview, guided by a script, identifying the interviews with the sequential number of realization. Descriptive statistics were used, which contributed to the description and synthesis of the data in tables. The Content Analysis technique was then used to analyze the reports. Results: There were 76 situations, with 73.7% of negative references, in the categories communication, interruptions in shift, environmental aspects and organizational aspects; 103 behaviors, with 63.1% negative references, in the communication categories, interrupting the shift, questioning the work structure and using technological resources; 126 consequences, with 65.8% of negative references, concerning communication, time, work organization and interpersonal relations. Conclusion: in the face of the predominance of negative references, understood as limiting the shift, the need to intervene in the management of services to overcome the limitations and strengthen the positive aspects. Descriptors: Nursing; Organization and Administration; Communication; Hospital; Nursing supervision; Nursing Services.RESUMEN Objetivo: identificar potencialidades y limitaciones del cambio de turno de enfermería en la atención hospitalaria. Método: se trata de un estudio cualitativo, descriptivo, utilizando la Técnica del Incidente Crítico, con enfermeros de unidades de internación de hospital público de enseñanza. Se recogen los datos por medio de una entrevista semiestructurada, dirigida por un guion, identificándose las entrevistas con el número secuencial de realización. Se empleó la estadística descriptiva, que contribuyó para la descripción y la síntesis de los datos en tablas. Se utilizó a continuación la técnica de Análisis de Contenido para el análisis de los relatos. Resultados: se obtuvieron 76 situaciones, con 73,7% de referencias negativas, en las categorías comunicación, interrupciones en el cambio de turno, aspectos ambientales y aspectos organizacionales; 103 comportamientos, con 63,1% referencias negativas, en las categorías comunicar, interrumpir el cambio de turno, cuestionar la estructura de trabajo y utilizar recursos tecnológicos; 126 consecuencias, con un 65,8% de referencias negativas, relativas a la comunicación, tiempo, organización del trabajo y relaciones interpersonales. Conclusión: se evidencia, ante el predominio de referencias negativas, entendidas como limitadoras del cambio de turno, la necesidad de intervención de la gestión de los servicios para superar las limitaciones y fortalecer los aspectos positivos. Descriptores: Enfermería; Organización y Administración; Comunicación; Hospital; Supervisión de Enfermería; Servicios de Enfermería.
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