Propõe-se uma reflexão dos aspectos teórico-metodológicos da alfabetização, à luz da Pedagogia Histórico-Crítica, no que tange às práticas educativas para as escolas no campo. Vale salientar que a proposta deste trabalho, ao se concentrar na abordagem teórica do processo ensino e aprendizagem, traz subsídios para discutir as políticas curriculares educacionais para o campo, quer pelo poder público, quer pelas instituições escolares, que visem a garantia do direito à educação via uma educação de qualidade social. Desse modo, discute-se o processo de alfabetização na perspectiva de uma escola única com acesso aos conhecimentos produzidos pela humanidade, fundada no materialismo histórico dialético. A questão central deste estudo parte da seguinte indagação: De que forma a pedagogia histórico-crítica, como subsídio para a elaboração de uma proposta pedagógica, pode contribuir no processo de alfabetização dos alunos que vivem no campo? Para tanto, como ensaio teórico, buscou-se trazer reflexões sobre o processo de alfabetização, a partir dos autores e pesquisadores da Pedagogia Histórico-Crítica e Psicologia Histórico-Cultural, como forma de contribuir com as análises a respeito do processo da alfabetização para as escolas no campo.
ResumoO presente trabalho aborda as práticas pedagógicas existentes nas escolas multisseriadas de 08 povoados rurais do município de Tocantinópolis/TO a partir da perspectiva dos docentes. Tomamos como referência de análise a Pedagogia Histórico-Crítica (PHC) tendo como fio condutor o seguinte questionamento: como os professores se posicionam diante das práticas pedagógicas que desenvolvem nas escolas multisseriadas rurais? Os dados aqui apresentados foram coletados no decorrer de um projeto de extensão integrado a pesquisa sobre o ensino em salas multisseriadas para o qual optou-se pela realização da pesquisa teórica e de campo. O resultado, ainda que provisório, proporcionou uma visão geral sobre a prática dos professores das escolas multisseriadas rurais no município estudado, que em suas falas demonstraram receber pouca orientação e subsídios sobre didática que facilitem trabalhar nestas escolas. Constatou-se também que há necessidade de adotar uma visão mais crítica na formação dos filhos dos trabalhadores do campo, de forma que compreendam a situação de dominação atual e, vemos na Pedagogia Histórico Crítica um referencial teórico-prático que possibilita desenvolver esse tipo de formação que vai além do trabalho escolar, preparando o indivíduo para sua inserção social pautada em conteúdos sólidos. Palavras-chave:Pedagogia Histórico-Crítica. Prática pedagógica. Escola multisseriada rural. RURAL MULTIGRADE SCHOOLS AT TOCANTINS'STATE AND THE CRITICAL-HISTORIC PEDAGOGY: CONVERGENCES AbstractThis research approaches the educational practices by teachers' stance in multigrade schools in 08 rural towns from Tocantinopolis's county. The analyses were carry out by CriticalHistoric Pedagogy source and as a core question were inquired: how is the teachers' standpoints towards educational practices performed in rural multigrade schools? The data were collected during an extension program combined the theoretical and empirical research. The interim outcomes show a general view on the teachers' work into rural multigrade schools in the specific county, and also reveals in teachers' speech they had low instruction and support about a pedagogy to make easy the job on the schools. Was either verified there
As salas multisseriadas são formadas por turmas heterogêneas de alunos que se encontram em nível de conhecimento, ano de escolaridade e idade diferentes, no mesmo espaço, e com um único docente. Geralmente a organização do ensino nestas salas se dá seguindo o mesmo modelo das salas seriadas, o que acaba por conduzir a uma separação dos alunos por série e ou ano de escolaridade e à elaboração de diversos planos de aula, o que pode levar a não se atingir todos os objetivos educativos e um acesso precário aos conteúdos curriculares previstos para cada série. Este artigo tem por objetivo refletir sobre a organização curricular nas salas multisseriadas visando a transmissão e aquisição do saber objetivo a partir do aporte teórico-metodológico da Pedagogia Histórico-Crítica, teoria pedagógica de base materialista histórico dialética. Aventamos a possibilidade de organizar o trabalho pedagógico nessas salas a partir de um currículo único em que os conteúdos trabalhados sejam os mesmos, variando o teor e o aprofundamento das atividades de acordo com o nível de desenvolvimento de cada criança. A questão norteadora deste trabalho é: como organizar o ensino em salas multisseriadas de forma a contribuir com o saber objetivo mediado pela aquisição do conhecimento científico, que possibilite a ascensão do pensamento do abstrato para o concreto independentemente do nível de conhecimento e idade que os alunos se encontram? Trata-se de um artigo teórico elaborado a partir de estudo do referencial pedagógico marxista e de observações e anotações de pesquisas realizadas pelas autoras sobre trabalho docente e ensino em escolas no meio rural. Buscamos elaborar uma resposta, ainda que provisória, como forma de contribuir com as discussões sobre o ensino nas salas multisseriadas que possibilite a formação social e consciente do filho do trabalhador do campo, para que ele se perceba como cidadão de direitos e deveres, que seja capaz de se reconhecer enquanto protagonista da história e potencializador da transformação social.
O objetivo do presente artigo é contribuir para a reflexão sobre a avaliação da aprendizagem e sua relação com o uso das tecnologias digitais na prática pedagógica. Parte-se do pressuposto que uma proposta de avaliação que utiliza as ferramentas digitais como estratégia pedagógica, deve promover a interação entre conteúdo e forma e permitir ao aluno dar um salto qualitativo na aprendizagem. O texto apresenta-se em forma de um ensaio teórico, na interlocução com autores que discutem concepções e práticas de avaliação da aprendizagem e as tecnologias digitais e a inter-relação entre ambas. A partir de dois exemplos de instrumentos digitais, fórum e portfólio, nossos apontamentos se direcionam para a avaliação da aprendizagem mediada por tecnologias digitais numa concepção que ultrapassa a mera técnica e se propõe a contribuir para o desenvolvimento de um processo avaliativo prazeroso e emancipatório.
O objeto de discussão deste artigo consiste na análise das relações entre trabalho docente, direitos fundamentais e proteção de dados pessoais na sociedade tecnológica, com o intuito de refletir acerca do processo de intensificação do uso de tecnologias digitais na educação, de modo a conhecer possíveis violações aos direitos fundamentais dos sujeitos. A investigação recorreu à metodologia da pesquisa bibliográfica e documental pautada em uma abordagem materialista dialética a partir do seguinte questionamento: até que ponto a inserção estimulada de tecnologias digitais na educação viola os direitos fundamentais dos indivíduos? Dentre os resultados, percebemos que a utilização intensificada das tecnologias digitais impacta negativamente nas relações de trabalho docente, assim como nos direitos à privacidade dos sujeitos. Como conclusão, destacamos que, para as relações de trabalho desses profissionais não serem impactadas negativamente pelo uso de tecnologias e para superar a falta de privacidade e proteger os dados pessoais dos indivíduos na sociedade tecnológica, podemos nos pautar na estratégia freireana da conscientização de professores e alunos sobre o trabalho pedagógico, além da estratégia do paradigma da Cidade de Feenberg, cujo desafio é o emprego de tecnologias para serem apropriadas de forma dialógica.
Este dossiê propõe discutir o direito à educação, enquanto direito público subjetivo, garantido na Constituição Federal de 1988, bem como posto nas legislações, resoluções e pareceres que organizam, sistematizam e efetivam o acesso à educação. Com relação ao direito público subjetivo, Cury (2002) diz que este reconhecimento implica ao Estado seu dever de atender a todos, em idade escolar, no cumprimento dos anos da escolaridade obrigatória. Além destes documentos norteadores, a educação está posta como um direito humano fundamental desde 1948, assegurado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que no seu preâmbulo do artigo 26, inciso I, coloca que toda pessoa tem direito à educação (Declaração dos Direitos Humanos, 1948). Com efeito, o acervo doutrinário, no conjunto normativo, inclusive internacional, responde às bases dos valores da cidadania social e política no processo histórico da modernidade (CURY, 2002). Nesta conjuntura da área do direito à educação encontram-se inseridas reflexões sobre o momento atual pelo qual a sociedade mundial vem passando desde 2020, com a pandemia da COVID-19, que significou descortinar a fragilidade do sistema educacional brasileiro, através de políticas públicas incapazes de garantir o que está prescrito na legislação.
O presente artigo tem como objetivo discutir a educação do campo trazendo elementos teórico-metodológicos de base marxista que podem servir como subsídio para a elaboração de uma proposta pedagógica a partir da perspectiva contra-hegemônica de educação escolar. Este trabalho parte de um estudo teórico à luz da pedagogia histórico-crítica tendo como horizonte a proposição de uma educação transformadora para os filhos dos trabalhadores do campo. É fruto de uma pesquisa de doutorado que tinha como objetivo analisar as concepções pedagógicas que se materializam na prática dos professores das escolas multisseriadas, tendo como referência a pedagogia histórico-crítica e de uma pesquisa de pós-doutorado sobre o trabalho de professores das escolas multisseriadas rurais no interior do estado de São Paulo. Com base nesses pressupostos, surge a seguinte problematização: de que forma a pedagogia histórico-crítica pode contribuir com uma proposta pedagógica para uma educação no campo? Para organização metodológica do trabalho, optou-se por uma abordagem qualitativa, a partir da análise bibliográfica dos escritos de Karl Marx (2003, 2005 e 2016) e dos interlocutores da Pedagogia Histórico-crítica, com destaque para Saviani (2008, 2009, 2011, 2013 e 2017) e Duarte (2011, 2014, 2015, 2016 e 2017). Conclui-se que a Pedagogia Histórico-crítica, traz, em seu bojo, um método para a compreensão da realidade nas suas múltiplas determinações e nisso se inclui as relações sociais no campo e a educação escolar ofertada aos estudantes que vivem na zona rural. Como Pedagogia pressupõe uma teoria e uma prática pedagógica que visa a formação humana em suas múltiplas dimensões com o intuito de transformação social. Deste modo, o estudo desta teoria possibilitou associar às práticas coletivas do campo para a construção do conhecimento por meio de leituras, indagações, diálogos e debates a respeito da aquisição dos bens culturais e materiais para uma educação transformadora no campo.
Este estudo tem o objetivo de mapear e analisar a produção acadêmica sobre Educação no Campo no Brasil produzida entre 2011 e 2015 que trazem resultados sobre os ideários pedagógicos que orientam as concepções “do” e “no” campo. O recorte temporal se justifica devido a existência de pesquisas anteriores que trazem dados do período anterior. As discussões e os interesses sobre educação no meio rural têm se tornado alvo de diversos grupos e também utilizadas como parâmetros para a criação de políticas públicas para o campo e a sistematização sobre essa produção se torna fundamental para compreender essa conjuntura. Quanto a metodologia, segue-se os princípios da pesquisa qualitativa e quantitativa com enfoque bibliográfico. Foram utilizados os portais CAPES e La Referencia como base de dados. A partir de um recuo histórico para compreensão da constituição do Movimento Por uma Educação do Campo, a realização desta pesquisa permitiu compreender as concepções pedagógicas que influenciam as práticas pedagógicas de professores em escolas no campo, seguido de um levantamento da produção científica que identificou os interesses de pesquisas dessa área, incluindo as regiões onde são desenvolvidas.
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