Partindo da realização do I Seminário Virtual de Trombone, promovido pelo Coletivo Brasileiro de Trombonistas (CBT) em plena pandemia, este artigo é uma proposta de reflexão sobre a percepção das transformações operadas nas cartografias do saber em tempos de pandemia. Como marco teórico, utiliza-se o conceito de pandemia intelectual e propõem-se ferramentas conceituais para a realização de alguns deslocamentos necessários para uma Ecologia de Saberes. O objetivo é entender como se desenvolvem, em contextos de isolamento, os processos de constituição de saberes, à luz do caso particular do CBT. Esta pesquisa apontou para o questionamento sobre como a lógica da pandemia intelectual em curso se articula com a constituição de saberes em trânsitos virtuais. A análise dos testemunhos conseguidos possibilitou a definição de 8 categorias principais de análise e a construção de uma cartografia social do que emergiu, que nos encaminhou rumo às respostas para as perguntas levantadas neste estudo.
O presente estudo parte do reconhecimento da crescente importância da noção de corpo-arquivo para a compreensão das práticas performativas, mais especificamente, quando aplicado à Música. Esta proposta de reflexão tem vindo a ganhar forma devido à expansão de um processo de classificação estrutural presente no cotidiano das nossas sociedades e que nos torna cegos de outras realidades possíveis. Nesse contexto, formulamos um pensamento crítico sob essa lógica ao mesmo tempo em que destacamos certas inquietações importantes para os performers e que interessam aos musicólogos. O objetivo central é perspetivar a aplicação do conceito de corpo-arquivo no domínio dos estudos musicais. Partindo de um conjunto de aproximações, o artigo, por um lado, apresenta e desenvolve as maneiras através das quais é possível, a partir da desclassificação, levar a cabo essa aplicação. Sobre outra perspectiva, este trabalho procura analisar as maneiras pelas quais os próprios músicos destacam esse processo face as suas experiências performativas.
O conceito de desclassificação tem vindo a ser edificado e consolidado pelo epistemólogo espanhol Antonio García Gutiérrez, desde 2006. Centrada numa perspectiva epistemológica que postula a diversidade dos mundos, da história, da cultura e de nossa própria vida, a desclassificação é um fermento de luta contra a imutabilidade que as categorias e as suas respectivas ordenações impõem amplamente a existência das diferenças. Entre o plano teórico-analítico e o plano prático das vivências e dos afetos, o presente escrito traz a exposição de experiências pessoais narradas numa entrevista concedida pelo próprio autor.Professor por mais de quatro décadas nas universidades de Madri e Sevilha, García Gutiérrez é investigador visitante em vários centros latino-americanos, consultor de instituições internacionais e autor de prestigiadas obras no campo da desclassificação do conhecimento. Baseado na experiência deste livre-pensador o presente artigo procura dar luz à voz por trás da teoria da desclassificação. O objetivo central é oferecer subsídios teóricos e analíticos para o debate acerca dos desafios epistemológicos da desclassificação no domínio da Música, explorando possibilidades e variados modos de interlocução. Na entrevista, optamos por utilizar todo o conteúdo das respostas na sua forma original e em língua espanhola. O intuito principal é não distorcer a voz, conservar expressões, preservar todo o conteúdo em essência e, as suas possibilidades de sentido, o que provavelmente qualquer tradução violentaria. Mantivemos, sem qualquer alteração, a ordem como o nosso interlocutor preferiu agrupar questões e respostas. Incluindo-se, na seção final, fragmentos selecionados e partilhados pelo próprio Gutiérrez, remetendo à suas obras, mais especificamente Frentes Digitales (2016).
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