RESUMO O projeto IRDI na Creche objetivou acompanhar 74 bebês de 0 a 18 meses matriculados em Escolas de Educação Infantil vinculadas à prefeitura de Porto Alegre durante nove meses. A Metodologia IRDI (Indicadores clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil) consiste em 31 indicadores divididos por faixas etárias e articulados a eixos teóricos psicanalíticos. A ausência desses indicadores pode apontar para sinais de sofrimento psíquico. O presente artigo propõe revisitar o caso de um bebê acompanhado pelo projeto que passou por intervenções dos pesquisadores, considerando que estas foram importantes para a retomada do seu percurso constitutivo. Para isso, serão utilizadas vinhetas clínicas dos diários de campo dos pesquisadores que visitavam a escola, relatos das observações e cenas das filmagens realizadas durante o acompanhamento. No retorno à escola para novo acompanhamento, esse menino, aos 3 anos de idade, não apresentava mais sintomas clínicos, mostrando-se bem posicionado nas operações constitutivas.
A partir de uma experiência de encontros de formação com visitadoras do Programa Primeira Infância Melhor, este trabalho se propõe a refletir sobre a inserção da psicanálise nas políticas públicas. Foram utilizadas vinhetas dos encontros e de entrevistas individuais com as visitadoras para pensar na importância de espaços onde a circulação da palavra e, com ela, ressignificações sobre o trabalho realizado nos territórios, seja possível. Ganham destaque três elementos que se articulam e produzem reverberações no contexto de trabalho com o Primeira Infância Melhor: as bases legais e normativas da política pública, as famílias e crianças visitadas e o sujeito-visitador. Pensa-se que esses três aspectos, quando trazidos à tona pelo processo de enunciação em um espaço de formação, geram a circulação de lugares e posições discursivas. Tais movimentações, por sua vez, contribuem para a sustentação de uma prática pautada na produção de cuidado no contexto das políticas públicas de saúde.
O presente artigo faz parte de um projeto de pesquisa-intervenção realizado em Escolas de Educação Infantil, utilizando a Metodologia IRDI. Em uma das escolas participantes da pesquisa foram percebidos sinais de risco de autismo em três bebês acompanhados. Neste escrito objetiva-se refletir sobre a importância do coletivo educacional, da interação entre os colegas e da intermediação das educadoras para identificar e desarmar condições que poderiam estar entravando o processo constitutivo dos bebês com sinais de risco de autismo. No acompanhamento realizado, evidenciou-se a função do pequeno semelhante (colega) como importante e potencializadora da constituição psíquica e do desenvolvimento da aprendizagem dos bebês que se encontravam com sinais de risco de autismo.
Este artigo parte de uma experiência de acompanhamento em Escolas de Educação Infantil. Para além do olhar direcionado aos bebês no contexto da pesquisa, voltou-se a atenção também para as educadoras. Propõe-se, neste escrito, trazer à tona questões perpassadas por aspectos sócio-histórico-culturais que parecem refletir no fazer cotidiano dessas mulheres e nas suas possibilidades de transmissão do cuidado às crianças. Para a composição do trabalho, foram utilizadas vinhetas retiradas dos diários clínicos de duas pesquisadoras que acompanharam semanalmente uma turma de berçário 1 durante 7 meses. Na análise dos dados, se fez presente uma dificuldade das educadoras em entregarem-se corporalmente aos cuidados dos bebês. A partir de trabalhos que apontam para um apagamento histórico da relevância das amas-de-leite e das babás na formação subjetiva da sociedade brasileira, propõe-se uma transposição dessa situação às profissionais da educação infantil, também encarregadas do cuidado primordial de crianças das quais não são mães. Tal apagamento funcionaria como um barramento realizado pelas famílias e pela cultura diante da possibilidade da construção de intimidade entre o bebê e a educadora e das trocas corporais entre a dupla. Além disso, são analisados efeitos de intervenções que promoveram um reconhecimento da função e da importância das profissionais. Dessa maneira, reflete-se sobre a função do reconhecimento como forma de cuidado, tanto no âmbito do trabalho na educação infantil quanto em um aspecto macro, levando em conta marcadores sociais, como aqueles de gênero e de raça.
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