Resumo: Este artigo enfoca a relação de atribuição entre competência e crença verdadeira presente em explicações de conhecimento em termos de virtudes epistêmicas como a de Ernest Sosa. A ideia central é que, em casos de conhecimento, o fato de o agente formar uma crença verdadeira é atribuível à sua competência cognitiva (condição da competência), e não a algum fator de sorte. Os críticos apresentaram casos nos quais, alegadamente, ou o agente tem conhecimento sem satisfazer a condição da competência (portanto, a condição da competência não seria necessária para conhecimento); ou, apesar da satisfação da condição da competência, o agente não tem conhecimento (portanto, a condição da competência não seria suficiente para o conhecimento). O cerne da questão reside em como conceber adequadamente a condição da competência para o conhecimento, e a relação subjacente entre competência e sucesso no domínio epistêmico. Este artigo explora a concepção de Sosa dessa relação, em termos de “sucesso cognitivo que manifesta a competência do agente”, e argumenta que essa posição pode dar uma resposta mais direta aos críticos do que outras explicações de conhecimento em termos de virtudes epistêmicas.
Knowledge as the manifestation of the epistemic agent's competence Abstract The focus of this paper is the defense of a proposal that can face the objections against recent credit accounts of knowledge -i.e., that epistemic credit is neither necessary nor sufficient for knowledge. By combining three intuitions shared by these theories, namely the attribution intuition, the safety intuition, and the adequacy intuition, knowledge can be defined as «belief that manifests the agent's cognitive competence», where the manifestation of the agent's cognitive competence implies (i) success (the belief is true); (ii) competence (the agent has the relevant skill and is in the appropriate external and internal conditions); and (iii) credit (the agent's competence is essential for his cognitive success).
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O foco de interesse neste artigo se coloca na relevância da noção de agência para análises de conhecimento em termos de virtude epistêmica, destacando a estratégia assumida por epistemólogos da virtude na defesa da tese de que podemos ser agentes responsáveis pelo que constitui nossa vida epistêmica, apesar de nossas crenças serem estados involuntários. Enquanto L. Zagzebski (2001), invocando casos epistêmicos do tipo Frankfurt, alega que considerar agência epistêmica como condição necessária para o conhecimento permite oferecer uma análise que escapa à famosa objeção de Gettier, E. Sosa (2015) refina sua teoria, oferecendo nova argumentação em favor da ideia de que há uma esfera epistêmica na qual podemos ser agentes e responsáveis pela aquisição de crenças verdadeiras devido à importância de nosso caráter cognitivo para a atribuição de conhecimento. Meu objetivo ao expor e comparar as posições de Zagzebski e de Sosa é colocar em relevo aspectos do atual estado da arte em epistemologia da virtude que favorecem explicações de conhecimento em termos de crédito.
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Todas as teorias fundacionistas assumem que algumas crenças justificadas sãobásicas porque sua justificação não se deve ao fato de terem sido inferidas de outras crenças justificadas, interrompendo assim o regresso epistêmico. A versão internalista do fundacionismo sustenta que uma crença só pode ser justificada quando o fator justificador está cognitivamente disponível ao sujeito que crê com base nele. Tendo em vista esta dupla exigência – dar por encerrado o regresso epistêmico em crenças que são justificadas de modo não inferencial, e assegurar a consciência do item que contribui para a justificação de tais crenças básicas epistemicamente independentes – alguns críticos levantaram objeções contra o fundacionismo internalista. Neste artigo me ocupo de uma dessas objeções, tendo em vista especificamente a teoria proposta por Laurence BonJour: o dilema apresentado por Michael Bergmann.
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