O presente texto tem a intenção relatar uma ação do projeto de extensão “A Comunidade Surda Reinventando a Arte do Balé”, cujo objetivo é proporcionar à comunidade surda o contato com dança, em especial o balé clássico. Foi realizado no ano de 2019 o espetáculo “Vivências surdas: práticas artísticas” nas dependências da Universidade Federal de Pelotas, UFPel. Para isso, relataremos aqui a visão do espetáculo através da leitura de uma atriz e dançarina surda que integra as atividades do projeto. As questões que nortearam a entrevista tiveram como temática a experiência/vivência do sujeito surdo em participar de um espetáculo voltado para a comunidade surda de Pelotas e região, em que foram apresentadas diversas modalidades artísticas. Os resultados mostram que é possível que sujeitos surdos aprendam a dançar desde que o professor saiba a língua brasileira de sinais e, além disso, a metodologia de ensino seja focada na experiência visual trazendo assim o sujeito surdo como protagonista do espetáculo.
O artigo busca problematizar as práticas discursivas, dentre elas as legislações que regem a disciplina de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e as demandas da comunidade surda por transformações na estruturação dessa disciplina, as quais se estabelecem como verdades, constituindo e legitimando o ensino de Libras como segunda língua no ensino superior. Dessa forma, visa oportunizar reflexões sobre a estruturação da disciplina de Libras nas Instituições de Ensino Superior do Rio Grande do Sul. O aporte teórico conta com as principais pesquisas acadêmicas atuais da área do ensino de Libras como segunda língua, como Santos e Klein (2015), Nascimento e Sofiato (2016) e Mélo (2019). A pesquisa tem caráter qualitativo, por meio de levantamento de dados retirados das ementas e planos de ensino da disciplina de Libras de tais instituições. Foi realizada busca detalhada, catalogação e análise dos documentos mencionados, objetivando encontrar neles algumas recorrências em sua estruturação. Este texto problematiza três delas: a pouca carga horária destinada à disciplina e o excesso de conteúdo a ser ensinado; a priorização de conteúdos considerados práticos em detrimento da teorização da disciplina e a generalização de conteúdos nos diferentes cursos de licenciatura. A conclusão é de que ainda são urgentes discussões com alcances mais amplos, englobando professores de Libras, coordenadores de cursos e gestão acadêmica, a fim de pensar conjuntamente a reestruturação da disciplina de Libras, dando ênfase mais às habilidades de expressão e compreensão dos dizeres da língua, mas também, formando um profissional consciente das singularidades linguísticas de seus futuros alunos.
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