Resumo Este artigo discute uma das expressões da governança neoliberal que, no caso brasileiro, se manifesta, dentre outras formas, a partir do chamado “investimento social privado”. Trata-se de um conjunto de ações, de caráter gerencial, conduzido por empresas e/ou suas fundações na região onde operam suas atividades, e que visa a ampliar sua hegemonia a partir da valorização de suas imagens, ao mesmo tempo que elas despolitizam e subtraem, das sociedades locais, sua capacidade participativa e transformadora. Com base no conceito de hegemonia de Antonio Gramsci e utilizando os relatórios de sustentabilidade disponibilizados nos sites de empresas minerárias que atuam no vetor sudeste da Região Metropolitana de Belo Horizonte, interessa-nos aqui reunir elementos que permitam identificar mais essa particularidade da “governança neoliberal”.
A Extensão, assim como o Ensino e a Pesquisa, se constitui como um dos três pilares da universidade pública no Brasil e seu princípio orientador é a aproximação entre a universidade e a sociedade civil. Este artigo apresenta algumas inovações e tendências em relação a essas práticas extensionistas, tendo em vista não apenas a urgência imposta pela pandemia, mas também a consolidação de formas de ação já vivenciadas nessa área. Para isso, nos apoiamos nas experiências do projeto de extensão “Construindo Lugares de Urbanidade Metropolitana” da Escola de Arquitetura da UFMG. Pretende-se, a partir das metodologias adotadas na pré-pandemia e durante o atual período, relatar os desafios e as estratégias adotadas nessas diferentes condições.
O discurso do desenvolvimento tem se apoiado no extrativismo como alternativa para os países que detêm grandes reservas de recursos naturais. O estado de Minas Gerais, motivado por este entendimento, tem sustentado uma relação de dependência histórica com a mineração, na qual predomina a contabilização dos lucros em detrimento dos diversos efeitos decorrentes desta prática. Para o sociólogo Gudynas, esse modelo de extrativismo tem repercussões que vão além do local de exploração, atingindo o meio ambiente, o território, a economia, dentre outros, às quais ele denomina por “efectos derrame”. A partir dessa categorização e do estudo de caso do município de Raposos (MG), este trabalho propõe uma nova modalidade de análise que inclui os efeitos decorrentes da ameaça cotidiana de ruptura de três barragens de rejeitos na região, e que aqui nomeamos por “efeitos derrame de risco”.
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