Este texto propõe investigar o processo de periferização na cidade do México a partir da segunda metade do século XX, a partir da análise do seriado Chaves. Parte-se de duas interpretações. Em primeiro lugar, que esse processo de favelização e periferização foi parte da expansão urbana e industrial, na qual os mais pobres, os trabalhadores, ficaram à margem. Luta de classes, especulação imobiliária, concentração de renda, são alguns dos sintomas que geraram grandes massas de excluídos, que se concentraram em regiões precárias e distantes dos centros urbanos e econômicos, ainda que servindo de mão de obra a alimentar esse sistema. Em segundo lugar, que a exclusão e periferização pode se dar também no campo social, mesmo que convivendo os excluídos e privilegiados lado a lado ou no mesmo espaço. O recorte temporal, como apontado acima, abrange o período da segunda metade do século XX, com ênfase para a década de 1970.
O início do século XXI tem sido marcado pela ascensão de governos com colorações autoritárias em vários países ocidentais, do leste Europeu às Américas. Partimos de uma análise da hipótese central da obra “Como as Democracias Morrem”, de Levitsky e Ziblatt (2018), que ao testemunhar a chegada ao poder de Donald Trump, um outsider na política tradicional norte-americana, apontam a necessidade de reforçar os filtros partidários para impedir as candidaturas com graus variados de conteúdos fascistóides, autoritários e demagógicos, em seu nascedouro, para refletir sobre a incapacidade de as instituições da democracia liberal compreender e atender as demandas de seus cidadãos, contribuindo para o florescimento de sentimentos de insatisfação generalizada, da ampliação do fosso da desigualdade social e da sensação de expectadores de um processo para o qual os cidadãos não tem participação. Buscamos demonstrar que a receita de aprofundamento dos mecanismos de controle institucional da democracia liberal não é a resposta neste momento de “crise dos mapas ideológicos”.
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