RESUMOConvulsões sociais associadas a catástrofes como enchentes, terremotos e ataques aéreos apresentam maior incidência de infarto do miocárdio. A morte prematura de personagens da mídia com forte apelo popular podem representar fenômenos semelhantes. OBJETIVOS. Analisar o impacto da mídia sobre o serviço de atendimento de emergência do InCor. MÉTODOS. Através do banco de dados do InCor, foi analisado o perfil demográfico dos pacientes atendidos nos dias subseqüentes às repercussões na imprensa leiga da morte por infarto agudo do miocárdio de um importante personagem da mídia (Grupo Bussunda). Esses pacientes foram comparados com um Grupo Controle representado pelos atendimentos no primeiro semestre de 2006. RESULTADOS. Comparado ao Grupo Controle, o grupo Bussunda (Grupo B) apresentou mudanças que foram estatisticamente significativas e foram representadas pela redução da faixa etária e pelo aumento do número de homens atendidos em relação a mulheres. Este achado refletiu uma aproximação do primeiro grupo com o perfil do personagem em questão (homem, 43 anos de idade). Estas mudanças persistiram por quatro dias em relação à idade e por um dia em relação ao gênero. Apesar do aumento absoluto dos atendimentos, não ocorreu aumento do número de óbitos e de internações por infarto do miocárdio. CONCLUSÃO. A divulgação pela mídia das circunstâncias e da morte prematura por infarto agudo do miocárdio de um personagem importante provocou aumento do número de atendimentos e alterações do perfil demográfico dos pacientes que procuram o serviço de emergência cardiológica, sem que houvesse interferência no número de óbitos ou de internações.UNITERMOS: Infarto do miocárdio. Pronto-socorro. Emergência. Mídia. *Correspondência INTRODUÇÃOA relação entre a mídia e a saúde tem sido objeto de debate na literatura. Tanto de um lado, valorizando demasiadamente resultados sem significado médico, quanto de outro, divulgando tratamentos sem comprovação científica [1][2] . A ocorrência de um aumento de atendimentos por queixas cardiológicas foi um fenômeno citado freqüentemente na imprensa leiga (veiculado a cerca de 22 milhões de indivíduos) quando da morte de um importante personagem da televisão [3][4] . Entretanto, um estudo com dados concretos associados a uma análise estatística adequada e a uma interpretação dos mecanismos envolvidos ainda não foi publicado. Este estudo teve por objetivo analisar as características do atendimento cardiológico de urgência no maior pronto-socorro especializado em cardiologia do país no período próximo à morte de um personagem da mídia televisiva e compará-lo aos períodos anteriores.
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