O objetivo deste trabalho é investigar a relação entre fake news 3 , padrões informacionais e percepção-ação coletiva, a partir do paradigma da complexidade. Nesse sentido, analisamos, neste trabalho, o seguinte problema: Qual a influência da disseminação de fake news, disponíveis nos meios digitais, na percepção-ação coletiva? Argumentamos em defesa de que as hipóteses do paradigma da complexidade oferecem subsídios teóricos inovadores para a análise de temas e de problemas sobre a relação entre fake news e percepção-ação coletiva. Nosso desafio será fornecer subsídios para opressuposto de que fake news, disponíveis nos meios digitais, proporcionam a emergência de padrões informacionais coletivos que podem alterar hábitos sociais bem estabelecidos. Nosso pressuposto principal é o de que essas alterações ocorrem devido à influência negativa da manipulação de informação através de fake news nas propriedades de prospectividade, flexibilidade e coordenação emergente relativas à percepção-ação humana.
O presente trabalho está voltado à investigação epistemológica acerca da relação entre Self não conceitual, conteúdo não conceitual da percepção, prontidão para ação (awareness) e reconhecimento de lugar, no contexto da perspectiva ecológica gibsoniana. Tendo em vista este propósito investigativo, nossos objetivos são: 1- caracterizar o conteúdo não conceitual da percepção no contexto anti-representacionista e 2 - questionar se é necessário a consciência para os organismos agirem no ambiente e adquirirem experiências perceptivas como o reconhecimento de lugar. Argumentaremos em defesa da hipótese de que a teoria ecológico-informacional e anti-representacionista da percepção, com raízes gibsonianas, oferece subsídios teóricos inovadores para a análise do nosso propósito investigativo. Entendemos que para ter consciência e capacidade de pensar sobre si mesmo, o agente tem que, primeiramente, ter experiências perceptivas básicas do ambiente. Consideramos que essas experiências perceptivas básicas do agente, como o reconhecimento de lugar, não envolvem necessariamente a consciência.
A Teoria dos Dois Sistemas, proposta por Kahneman (2011), pressupõe que a tomada de decisão no contexto econômico se baseia em dois sistemas, um que é automático, intuitivo e principalmente inconsciente e outro reflexivo, racional e totalmente consciente. Consideramos a abordagem kahnemaniana incompleta na medida em que a concepção dos sistemas 1 e 2 não é suficiente para explicar os processos de tomada de decisão. Neste artigo, nosso desafio é mostrar que, diferentemente dos sistemas de Kahneman, a tomada de decisão está ancorada na percepção direta de affordances e é a base das escolhas conceituais, que envolvem experiências sensório-motoras advindas da reciprocidade entre agente e ambiente. Concluímos este artigo, argumentando que, diferentemente da concepção de sistema 1 kahnemaniano, na perspectiva ecológica, a tomada de decisão advém de experiências não conceituais, da percepção direta, não automática, sem envolver representações mentais e processamento de informações.
Kahneman's theory of two systems assumes that human decision making in Economy is based on two cognitive systems, one that is automatic, intuitive and mostly unconscious, and one that is reflexive, rational and fully conscious. The authors consider Kahneman's approach incomplete and limited in accounting for the creativity of embodied agents grasping the opportunities afforded by physical and social environments. This limitation leads us to argue for the existence of a third system in decision making in Economy, the creative intuition based on direct perception of affordances, addressing not only the dispositions and goals of agents but also the social and environmental responsibility of corporations and governments. The authors argue that the third decision-making system the authors propose implies a concept of intuition that is different from the type of association process discussed by Morewedge and Kahneman [2] and gives an example of the third system operation, the Bolsa Família in Brazil, and finding new options for the funding of similar programs.
Este breve texto esboça algumas ideias básicas da Filosofia Ecológica,enfatizando a importância e o valor de tais idéias para o estudo da mente e daconsciência. Estas considerações levam à formação de uma abordagem ecológica, e o que, aqui, denomino Filosofia Ecológica. Em particular, a Filosofia Ecológica oferece uma saída às confusões e contradições que são comuns ao pensamento acadêmico dominante no que se refere à mente e à consciência.
A teoria dos dois sistemas (Kahneman, 2011), em suas várias vertentes, assume que a tomada de decisão humana é baseada em dois sistemas cognitivos: um que é automático, rápido, agindo com mínimo esforço cognitivo, intuitivo (no sentido de Morewedge & Kahneman, 2010), e majoritariamente inconsciente; e outro que é reflexivo, lento, atuando com intenso esforço cognitivo, racional e totalmente consciente. Neste trabalho, investigamos a teoria dos dois sistemas e sua aplicação na tomada de decisão econômica em governos democráticos, com ênfase especial na proposta de Kahneman. Consideramos sua abordagem incompleta e limitada na explicação do processo intuitivo que orienta a tomada de decisão. Essa limitação nos leva a defender a existência de um terceiro sistema de tomada de decisão em Economia: a intuição ecológica criativa, baseada no attunement entre affective drives e percepção direta de affordances, abordando não só as disposições e objetivos dos agentes, mas também a responsabilidade socioambiental das empresas e governos. Argumentamos que o terceiro sistema de tomada de decisão que propomos implica um conceito de intuição diferente do associativismo de ideias de Simon (1992), e damos como exemplo do funcionamento do terceiro sistema o processo de tomada de decisão que conduziu à formação do Banco Finapop, no Brasil.
Neste artigo, nós buscamos compreender como a disseminação de fake news, através do uso de tecnologias digitais, tornou-se uma ferramenta poderosa na manipulação da opinião pública, contribuindo para o processo de colonialidade[1] de mentes. A colonialidade de mentes, contextualizada nos estudos de Dascal (2009), é um tipo de violência epistêmica, caracterizada como transmissão e modificação de hábitos através de sistemas sociais como família, linguagem, religião, ciência, educação, ideologia e mídia que disseminam as formas de imposição do pensamento e ação do colonializador. Nossa hipótese é a de que o paradigma da complexidade, fundamentado no pensamento de Morin (2003; 2005), oferece subsídios teóricos para pensarmos o problema da disseminação de fake news, bem como a sua influência na colonialidade de mentes na medida em que expressa uma visão de mundo não fragmentada e sistêmica, pautada por princípios como o hologramático e o dialógico. Com base nestes princípios, nosso principal foco será oferecer um caminho para pensarmos sobre a colonialidade de mentes através da ética da complexidade.
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