Resumo Este artigo aborda as práticas de saúde realizadas em duas casas reconhecidas como alternativas, situadas na região do baixo Amazonas, no Pará. Formadas na década de 1990 e compostas majoritariamente por mulheres desde sua criação, em cooperação com a Igreja Católica, tais casas oferecem atendimentos de saúde altamente diversificados, dirigidos aos planos físico, psicológico e espiritual. Seu repertório inclui tratamentos baseados em conhecimentos tradicionais associados a plantas nativas, terapias bioenergéticas, florais e medicamentosas, estas últimas desenvolvidas em contatos recentes com instituições do meio científico. A observação etnográfica de atividades regulares das casas, incluindo a participação voluntária em trabalhos esporádicos em uma delas, além de entrevistas efetuadas com suas colaboradoras, indicou que a tradição, fortemente associada aos tratamentos à base de plantas no contexto regional, tem sido reinterpretada sob a noção de alternativa e conciliada com sucessivas inovações. A articulação entre tradição e inovação, então, é autorizada de acordo com a concepção de saúde global valorizada pelas casas. Suas práticas tradicionais e alternativas em saúde são, portanto, capazes de agregar diferentes sistemas de conhecimento segundo uma lógica que valoriza a hibridez.
Este artigo objetiva esboçar notas interpretativas sobre a concepção quilombola de preservação ambiental e como essa concepção se relaciona às ações de conservação operadas pelo ICMBio na região do Alto Trombetas (Oriximiná, Pará). Refletimos via narrativa do encantado João Diriguidon, articulando a figura do narrador, memória coletiva, reciprocidade e conhecimento local relativo às transformações advindas da sobreposição de duas Unidades de Conservação aos territórios quilombolas. A narrativa apresenta elementos da relação entre humanos, tartarugas e encantados no rio Trombetas; informa sobre acordos sociais e ecológicas quilombolas, e possibilita compreender a preservação em relação às ações de conservação do ICMBio. Nesse cenário de disputas e aproximações quanto ao futuro dos “bichos de casco”, em especial de Podocnemis expansa na Amazônia, concluímos que, apesar dos conflitos ligados às restrições de uso de recursos ambientais nas unidades, preservação e conservação não são conceitos incomensuráveis, mas partes diferentes de um processo que objetiva a salvaguarda das tartarugas.
Neste artigo comentarei sobre a noção de tradição para duas casas de saúde alternativa: Grupo Conquista de Ervas Medicinais e o Grupo Itauajuri Ervas, no Oeste do Pará. Elas foram criadas pela Pastoral da Saúde da Diocese de Santarém por meio do "Projeto pela evangelização", há 25 anos, e tiveram como objetivo levar tratamentos para a população rural, mas hoje atendem principalmente a urbana. Os tratamentos "tradicionais" que oferecem foram sendo elaborados a partir de levantamentos de práticas locais, mas também no diálogo com concepções médicas, remédios alopáticos, "padrões" sanitários. Nessa combinação, a eficácia dos cuidados é remetida à tradição dos levantamentos comunitários, mas também à atualização de suas práticas. Palavras-chave: Casas de saúde, tradição, atualização.
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