Resumo: Este artigo pretende problematizar a noção de um operariado tutelado, cuja identidade teria sido forjada a partir de relações de dominação/subordinação no espaço de trabalho. Para isto trará à evidência experiências em que outras esferas da vida social, como a da família, da vizinhança e especialmente a esfera do lazer -embora marcadas pela centralidade do trabalho fabril -, constituíram espaços em que se forjavam identidades a partir de outros critérios que podiam ser ao mesmo tempo antagônicos e complementares. Aponta também para a complexidade que marca as experiências no cenário de transformação do caráter rural do contexto de atuação desses trabalhadores. Palavras-chave: Trabalho; lazer; identidades.Abstract: This article aims to discuss the notion of a tutored working class, whose identity had been forged from relations of domination / subordination in the workspace. For this will bring the evidence experiences in which other spheres of social life such as family, neighborhood and especially the leisure sphere -although marked by the centrality of factory work -formed spaces in which forged identities from other criteria, It could be both antagonistic and complementary. Also points to the complexity of brand experiences in the scenario of transformation of the rural character of the context of performance of these workers.
This article explores the experiences of migrant workers, many from rural areas, who settled in a major center of the textile industry in Brazil, located in the state of Rio de Janeiro and which housed to four factories. Articulating several historical sources, we seek to understand both the agricultural practices maintained by migrants from the countryside, and the incentives to work in the fields fostered by employers in the factories. In contrast to studies guided by notions of modernization which have crudely linked the manufacturing world to progress as opposed to the agricultural, this article examines how rural and factory labor coexisted in multiple combinations. We argue that the term “roçado operário” (factory worker’s farm), used in many studies, is not enough to describe a far more varied and complex social phenomenon. Therefore, we propose a new framework for understanding the various forms of land use by these workers.
Resumo: O presente artigo tem por objetivo analisar as experiências dos trabalhadores têxteis da Fábrica Santo Aleixo durante a Segunda Guerra e suas implicações na formação de classe. Para tal empreendimento, partiremos das proposições de Mike Savage, destacando a insegurança estrutural dos trabalhadores; a relevância do lugar como constituinte da formação de classe; bem como seus diferentes tipos de redes de contato (vínculos "densos" e "de amplo alcance"). Em relação a essas redes, pretendemos apontar os "dois tipos de vínculo", relacionando diversos atores do mundo do trabalho (os trabalhadores; os empresários; o Estado; os partidos políticos; as instituições religiosas, entre outros), tendo como ponto de partida uma discussão sobre a memória da "harmonia social" em Santo Aleixo.
Uma análise do cotidiano operário em Santo Aleixo (distrito de Magé, Rio de Janeiro), revela a existência de um complexo processo de criação e sedimentação de identidades, desencadeado pelo entrelaçamento de redes de relações sociais construídas a partir da centralidade do trabalho fabril. Tal processo foi complexificado por outras solidariedades, forjadas nas associações recreativas, que, embora formadas a partir do investimento patronal, não representam espaços de recepção passiva de seus valores ideológicos, mas lugares de manifestações culturais que refletem tensões e negociações presentes nas relações inter e intragrupos ou classes. A documentação histórica produzida pelos próprios protagonistas desta história (depoimentos orais e atas de reuniões das associações), em diálogo com uma rica produção bibliográfica sobre o tema, são suporte e fundamento das ideias apresentadas no presente artigo.
Palavras-chave: trabalho, identidades, associativismo.
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