EDITORIAL Arquivos Brasileiros de Oftalmologia apresenta a seguir uma análise crítica da situação atual da Medicina nos aspectos da assistência ao doente e do ensino. Objetiva-se com isto promover a reflexão e o debate por parte daqueles profissionais envolvidos em todo o processo da prática médica, desde a atenção ao doente, diagnóstico e tratamento e o ensino médico.Com muita freqüência costuma-se escutar "o padrão profissional do médico vem caindo assustadoramente", "o clínico geral é figura do passado", "qualquer diagnóstico implica em grande número de exames". O próprio paciente ao chegar ao consultório, antes da palavra final, sugere exames complementares de diagnóstico e tratamento.Os Planos de Saúde cada vez mais, investem em auditorias médicas, controle e avaliação.O número de Faculdades de Medicina voltou a crescer autorizadas mais por critérios políticos onde as reais necessidades da comunidade sejam sequer analisadas.A rede hospitalar, com mais de 80% dos nosocômios de iniciativa privada lutam na plenitude de suas forças para uma sobrevivência digna.Quase 40 milhões de brasileiros, à custa dos maiores sacrifícios, procuram se engajar nos Planos de Saúde como uma tábua de salvação.A regulamentação das empresas de Medicina de Grupo caminha a passos muito lentos.Com a complexidade dos serviços médicos que engloba uma série de combinações quase infinita, os órgãos fiscalizadores e associativos não conseguem criar parâmetros definidores de diretrizes e procedimentos capazes de reduzir abusos de profissionais desinformados, despreparados e desajustados, justificando suas atitudes como a luta pela sobrevivência.Os custos médico-hospitalares se elevam em níveis acima da inflação oficial.As verbas do SUS são insuficientes e mal administradas gerando verdadeiras castas no manuseio das AIHs, de pacientes e procedimentos fantasmas.O Poder Público ao constatar a impossibilidade de enfrentar o problema tenta sair a todo o custo e qualquer preço da prestação de assistência diretamente à população, terceirizando serviços sem paralelamente instituírem medidas de avaliação dos cuidados efetivamente prestados. No governo Covas, alguns hospitais construídos, equipados e instalados pelo Estado foram entregues à administração privada na expectativa de ter os recursos administrativos técni-cos e financeiros utilizados de maneira efetiva, eficaz e eficiente.As universidades mantenedoras de hospitais de ensino médico parecem as mais prejudicadas pelas tendências da modernização administrativa.De um lado o governo tenta justificar cortes orçamentá-rios, reduções de verbas e subvenções como a única forma de coibir qualquer surto inflacionário; de outro, há um consenso tradicional e conservador acenando para a obrigatoriedade de se aceitar estar o hospital de ensino fadado a ter sempre maiores custos para alcançar um diagnóstico preciso fundamental para um tratamento eficaz.Tentam, mediante um sem número de artifícios, justificar uma avalanche de exames complementares, utilização de drogas e medicamentos do mais alto custo desr...
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.