O uso da história da ciência na educação científica tem o potencial de contribuir para a conexão de contextos pessoais, éticos, culturais e políticos dos cientistas. A visão romantizada da ciência, que expõe cientistas como gênios trabalhando isoladamente, pode prejudicar a compreensão da natureza da ciência. Gregor Mendel é um exemplo dessa representação e o presente artigo traz uma contribuição no sentido de desmistificá-lo como o “pai da Genética”. Pensando em contribuir com elementos para proporcionar processos de ensino e aprendizagem mais próximos de uma abordagem menos romantizada, usamos a teoria ator-rede (TAR), de Bruno Latour, para guiar as análises das relações sociomateriais, e empreendemos uma análise sobre a inserção de Mendel no chamado fluxo da ciência, valendo-nos da literatura sobre a história de Mendel e da Genética. Dessa forma, foi possível compreender a rede que sustenta o desenvolvimento das leis da hereditariedade e indicar que Mendel mobilizou diversos atores (botânicos, físicos, matemáticos, ervilhas, estufas, assistentes, sociedades acadêmicas, agricultores e diferentes entidades), que colaboraram para a conclusão de seu trabalho. Com o presente trabalho, pretendemos contribuir para as pesquisas que buscam um tratamento historicamente mais adequado da sistematização da genética enquanto ciência e que poderá, também, auxiliar em processos de ensino/aprendizagem.
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