Com suas portas e janelas abertas no século XX, os museus vêm sendo forçados a se reorganizar, deslocando seu foco de atuação para a sociedade e se instalando em diferentes espaços, se configurando como instância de diálogo e de convergência de múltiplos saberes e fazeres. Este artigo tem por objetivo trazer a reflexão sobre a atuação do Museu de Arqueologia e Paleontologia de Araraquara (MAPA) enquanto um museu de ciências em transformação, sintonizado com as mudanças que vem mobilizando museus de todo o mundo. Partimos da caracterização e do histórico do MAPA para expor o movimento realizado de repensar o lugar do museu a partir de conceitos e práticas oriundos da museologia social. Apesar de revelar desafios difíceis de serem enfrentados e ainda em curso, a experiência do MAPA pode servir como referência para outros museus, especialmente no que diz respeito àqueles com vocação territorial, voltada à preservação, pesquisa e socialização do patrimônio arqueológico e paleontológico.
Resumo As pesquisas em Paleogenômica têm encontrado nos acervos de Antropologia e História uma riquíssima fonte de material para análise do genoma de organismos que já não existem mais. Com objetos de museus, essa nova área científica tem conseguido interpretar as relações entre espécies extintas e atuais e dar evidências à ação antrópica em processos de extinção. Ao reforçar o paradoxo do Antropoceno – uma nova época geológica em que se destrói para prosperar –, os museus se inserem na discussão sobre correr riscos de danificar ou perder acervos museológicos em prol do desenvolvimento científico. Assim, este artigo visa contribuir com o debate sob a perspectiva museológica, analisando aspectos relacionados à responsabilidade e ao compromisso com a preservação e a pesquisa nos museus, com atenção especial à ‘aura’ do objeto. Para a construção dos argumentos, enfoca-se o caso de uma das maiores coleções de cornos adornados do mundo, do Museu Nacional da Dinamarca, útil para a interpretação do processo de extinção dos auroques. Ao final, reconhecendo os museus como aliados ao paradoxo do Antropoceno, considera-se a Museologia a área mais afetada pelo dilema e recomenda-se atenção a oito conjuntos de perguntas que surgem sempre que a questão se estabelecer em um museu.
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