A cartografia afetiva é uma metodologia recém arquitetada desde uma abordagem transdisciplinar, que estabelece uma ponte entre os conhecimentos de diversas áreas das ciências humanas na tentativa de suprir as demandas evidenciadas pela chamada crise epistemológica. Nossa proposta é utilizar a cartografia afetiva a partir das lentes da antropologia, realçando as práticas de cuidado como centrais para o bem viver, de maneira que inclua os seres não humanos na conformação de uma circularidade do cuidado. Faremos uma relação entre a antropologia e a arte, tendo em vista a cartografia como uma expressão artística que se constrói com base nos encontros e nos afetos produzidos nos processos de territorialização. Consideramos que há uma relação intrínseca entre os corpos-territórios que são afetados pelas dinâmicas multisensoriais e por conflitos que se dão pela extrema valorização da ética positivista, desse ponto surgem ações de resistência que ressignificam a própria existência através do cuidado.
Resumo: Este artigo trata sobre o Movimento de mulheres do Xingu (MMX) como uma forma de resistência das mulheres xinguanas contra diversas formas de violências interseccionais a que estão submetidas, apresentando-se como um movimento insurgente que busca ocupar os espaços de tomada de decisões dentro e fora de suas comunidades. Meu objetivo é demonstrar como seus discursos e ações estão alinhados com um projeto de sociedade mais equilibrada entre homens e mulheres e seres humanos e natureza (o bem viver), através de uma análise de diversos materiais audiovisuais em conjunto com uma revisão bibliográfica sobre temáticas de gênero e de ecologia, recorrendo ao uso de entrevistas e citações como métodos de exemplificação das cosmovisões e cosmo práticas das mulheres originárias, e por fim apresento essa práxis como um modelo de resistência coletiva inter epistemológica contra o "des-envolvimento" capitalista e individualista.
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