Os casos clínicos em neurologia nos proporcionam muitas vezes oportunidade para diagnósticos topográficos precisos, mercê de uma sintomatologia rica e objetiva. Não raro, êles permitem ao neurologista arquitetar planos com requintes de detalhes e vê-los confirmados na minúcia dos dados anatômicos posteriormente evidenciados. É êste um jôgo em que o raciocínio clínico defronta-se, por vezes, com verdadeiros problemas de xadrez, com freqüência ultrapassando em detalhes às reais necessidades do caso clínico. Nem sempre, porém, isto se passa. A sintomatologia neurológica pode apresentar-se de modo desconcertante e mesmo embaraçar a consecução do diagnóstico clínico-topográfico. O caso que trazemos hoje à publicação pertence a êste grupo. Trata-se de um tumor da fossa posterior que ocasionou, no decurso de sua evolução, hemissíndrome piramidal, hemianestesia e hemissíndrome cerebelar à direita e, ainda mais, lesão do trigêmeo e do facial também à direita. Se bem que o diagnóstico tivesse sido possível, pelo menos para as necessidades clínicas do caso, o raciocínio localizatório e fisiopatológico que tínhamos feito em vida do paciente esboroou-se por completo diante da realidade anatô-Trabalho das cátedras
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