Resumo Objetivo Conhecer a vivência de adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 na perspectiva da Ética da Alteridade. Métodos Estudo exploratório-descritivo com abordagem qualitativa realizado de fevereiro a outubro de 2016, com nove adolescentes por meio de grupos focais e entrevistas semiestruturadas. Os dados foram submetidos à análise temática, e as reflexões norteadas na perspectiva da Ética da Alteridade. Resultados Foram construídas as seguintes categorias: A descoberta do diagnóstico e convivendo com o diabetes. Desde o diagnóstico, os pais assumiram a responsabilidade pelo cuidado aos filhos, e, na perspectiva da Ética da Alteridade, estiveram presentes e abertos para acolhê-los enquanto Outro. Os adolescentes demonstraram ser pessoas confiantes com autoestima preservada, mesmo diante do enfrentamento de situações adversas que interferem no manejo da doença, dentre elas a restrição da dieta e a falta de insumos. A condição da hipoglicemia e hiperglicemia foram eventos comuns entre eles, e o método de contagem de carboidratos foi apontado como ótimo recurso na aceitabilidade da doença. A independência tão almejada pelos adolescentes esteve condicionada à capacidade de autocuidado. Os adolescentes referiram manter um ótimo relacionamento com a família, amigos e equipe multiprofissional, o que tem favorecido a aceitação da doença. Conclusão O respeito à Alteridade do Outro pelo Eu é imperativo nas relações de cuidar implementadas pela família; pelos amigos, pela equipe multiprofissional e pelo Estado, como forma de resgatar a dignidade de adolescentes com diabetes.
RESUMOEste artigo propõe uma reflexão sobre os primórdios da Filosofia, que perpassa pela tradição mitológica grega, pela ordenação do cosmos, pelos deuses do Olimpo, pela ordem humana, pelos primeiros Sábios em busca do Ser e do Saber, tendo como objetivo a historicização deste processo primordial que funda a Filosofia ocidental. Esta reflexão pretende revisitar esta temática na observância de que os deuses estão no mundo grego e dele fazem parte, ao mesmo tempo em que o universo, diferenciando-se e ordenando-se, assume sua forma definitiva de cosmos organizado, como também, a diversificada racionalização dos filósofos, a partir de um novo conhecimento que indaga, não só sobre a origem das coisas, mas também acerca do que as coisas são.Palavras-chave: cosmos, mito, logos, mitologia grega, Ciências da Religião. ABSTRACTThis article proposes a reflection about the beginnings of philosophy, which runs through by the Greek mythological tradition, the ordering of the cosmos, the gods of Olympus, the human order, the first Sages in search of Being and Knowing, aiming to historicizing this primary process that founded western philosophy. This reflection intends to revisit this theme in the
A literatura de Franz Kafka coloca o homem diante de um aparato de controle, sempre remetendo às burocracias e impedimentos criados pelo Estado, apoiado no direito. Um emaranhado de instâncias nas quais a acessibilidade do homem comum parece inalcançável. O direito parece responder com suposta facilidade e objetividade, o que pode ser entendido por “homem comum” enquanto “sujeito de direito”. A parábola “Diante da Lei”, contida no livro “O Processo” de Kafka, parece ilustrar acuradamente a relação do sujeito de direito com o soberano. Os discursos jurídicos e morais são contornos tangíveis ao sujeito que é o motor e o símbolo da modernidade, sua existência se produzirá perante a lei. Para universalizar seu discurso utiliza tecnologias, tal qual a Constituição. Nela sempre existem normas programáticas, nas quais as demandas serão sempre administradas para o futuro e este nunca é determinado. Neste momento o Estado adquire a possibilidade de se reavivar e autodeterminar constantemente. Ao mesmo tempo o sujeito parece esquecido e vítima de articulações de interesses políticos e, muitas vezes, particulares. Na signifi cação da palavra sujeito é como se ele sofresse de esquizofrenia intrínseca, o sujeito será o subjectum e em outrora o subjectus, ou seja, a dupla paradoxal entre o criador e o criado da lei.
A filosofia de Emmanuel Levinas possui um primado essencialmente ético voltado para uma relação de alteridade na qual o mesmo está à mercê do outro. Tudo se baseia numa dinâmica de responsabilidade: “sou responsável pelo outro”. A alteridade, dessa forma, não deve ser confundida com uma passividade ou um objeto a ser desejado e possuído. O Eu, assim como o outro, é alguém que porta um rosto e com quem é possível manter encontros, isto ocorre no que Levinas chamará de “face-a-face”. Tal encontro impede o eu de reduzir o outro à coisa, na medida em que se trata aqui de uma relação de significância, de constante produção de sentido, pois o humano nunca é um dado acabado. Dessa forma, o “rosto” não pode ser considerado como uma característica estética, mas é a própria metáfora da relação de alteridade ética interminável. É expressão do infinito ético, e assim, a responsabilidade se converte em acolhimento. Nestes termos, o filósofo lituano rompe com toda uma tradição filosófica ao problematizar de forma crítica as noções de desejo, totalidade, ontologia, etc. Tais conceitos se contrapõem a noção de infinito ético. A relação ética, em Levinas, não pode permanecer binária, entre o eu e o outro, mas necessita ser sopesada pela vinda do diferente. Este elemento seria o Terceiro: o estrangeiro, o refugiado, aquele que permanece distante. Com ele é possível pensar em verdadeiras relações políticas na proporção em que sua diferença chega clamando justiça com o intuito de também pertencer à relação ética. O terceiro, assim, traz equidade para as relações em sociedade. A vida em comunidade requer que sejam observados os diferentes, para que a mesmidade não prevaleça e daí a dimensão antropológica: o humano constituído como ser aberto à relação de alteridade. Ainda é preciso ir além, a comunidade instituída a partir da política e da justiça precisa de artifícios que possam garantir o direito do Outro. Para tanto, o Estado possui a função de mediador social e se apresenta como Eleidade, um aspecto do Terceiro capaz de garantir a relação justa entre o Eu, o Outro e o Terceiro. A Eleidade existe para que a mesmidade não se repita e não se reduza o outro a um corpo matável, dispensável. Por demandas concretas advindas da fome, exploração, preconceitos é que a justiça do Terceiro nasce.
O texto a seguir versa sobre a problemática da alienação humana em Karl Marx. Nosso objetivo é tratar esta questão proposta por ele em contraposição ao ponto de vista político, religioso e econômico de sua época. O texto está dividido em três tópicos. No primeiro, analisaremos o problema da alienação do ponto de vista religioso (judaico e cristão) e; no segundo, a análise será do ponto de vista político; por último, apontaremos a filosofia e o proletariado como agentes de salvação através do comunismo.
O materialismo histórico como ideia cara à filosofia marxista, o fenômeno religioso e a linguagem fizeram parte de muitos espectros das reflexões filosóficas no século XX e, ainda hoje estão presentes como provocação ao pensamento que se proponha rigoroso. No presente texto será dado um enfoque mais restrito referente à proposta aqui sugerida. Em um primeiro momento, apresentaremos a reconstrução do materialismo histórico marxista a partir de uma gama de conceitos relacionados à filosofia da linguagem habermasiana. Na sequência, como resultado das suas abordagens mais recentes relacionadas aos estudos sobre religião, apresentar-se-á um esboço sobre a sua tese da pós-secularização.
Discorrer sobre a proximidade entre os trabalhos de Jacques Derrida e Emmanuel Lévinas perpassa pela amizade e a interlocução que mantiveram durante toda a vida. Como um referencial caro a Derrida, a ética levinasiana surgiu como uma alternativa a tradição fi losófi ca do Ocidente. Assim, nos caminhos heterogêneos que suas obras traçaram, pode-se marcar uma profunda intercessão: a alteridade é constitutiva no pensamento. Logo, o último moralista de nossa época tem uma contribuição pertinente ao pensador da desconstrução. Pretende-se nesse artigo analisar a relação do pensamento desses fi lósofos em relação à categoria de Justiça a partir da alteridade.
RESUMOO presente artigo visa a expor a relação estabelecida entre religião e cultura urbana na teologia da secularização do teólogo norte-americano Harvey Cox. A principal obra referenciada é: A cidade do homem: a secularização e a urbanização na perspectiva teológica. A análise adotada quanto ao significado dos processos de secularização e urbanização da sociedade se deterá a compreensão tida pelo autor, frente ao embate entre religião cristã e Idade Moderna. Harvey Cox desenvolve a relação entre religião e cultura urbana, em torno do entendimento da fé cristã na Tecnopólis, termo utilizado por Cox para designar a cidade secular, refletindo teologicamente sobre os seus aspectos sociais e culturais em consonância com a fé bíblica.
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