Trato, neste comentário ao artigo "La condición del académico en la época técnica", de Germán Ulises Bula Caraballo e Hernan Ferney Rodríguez García (BULA; RODRÍGUEZ, 2021), não de uma contraposição à tese dos autores ali defendida acerca da natureza das humanidades, mas de enfatizá-la. Agora, dando mais espaço à tese de que o que lá é dito das humanidades (em sua natureza própria na tensão com o fazer instrumentalizado acadêmico no horizonte da Gestell heideggerina), agrava-se ao extremo quando se busca dizer a natureza do saber filosófico e o metro com o qual se deva medir seu fazer. Minha contribuição aparece aqui, portanto, no trato, da mesma questão, com outros autores não citados no artigo em referência, bem como com textos de Heidegger essenciais para seu desdobramento, já que o suposto, aqui e lá, é 1 Referência a uma coletânea de textos de Heidegger publicadas sob o título de Holzweg (aqui, seguimos o sentido dessa expressão, explicitada por Marco Antônio Casanova, em sua tradução do texto de Heidegger,
Trata-se com o título, de dar continuidade à questão do pensamento em Heidegger como tentativa inicial de responder o que tem sido a nossa questão-guia: como se relacionar livremente com a técnica sendo ela nosso destino? Nosso projeto de artigo, como ja exposto em sua primeira parte, dá-se em dois momentos básicos, nos quais indicamos dois aspectos do pensamento do ser que nos permite uma relação livre com a técnica: a possibilidade (I) e o nada (II). Aqui apresentaremos a parte II. Esta consiste, por sua vez, na explicitação de duas proposições básicas extraidas do texto heideggeriano, Carta sobre o humanismo, e que correspondem às duas expressoões que constituem o subtítulo de nosso artigo: o ser no nada e o nada no ser, e que, junto com o ser como possibilidade, visa atingir a determinação do que seja o pensamento como tal do ser, aquele que nos põe em liberdade com o nosso destino (envio-história): a técnica.
O que se pretende com o título: O Pensamento [do Ser] da Técnica em Heidegger é enfatizar o pensamento. Isso porque, mais do que dar um diagnóstico definitivo para a questão da técnica atual, Heidegger pretendeu acentuá-la como questão que faz pensar o pensamento, isto é, o próprio homem em sua possibilidade de se relacionar livremente com aquilo que é seu destino: a técnica. Como se relacionar livremente com a técnica sendo ela nosso destino? Se há uma resposta heideggeriana a essa questão deve ser: através do asseguramento do pensamento em sua essência, em sua piedade: o questionar. Daí porque temos a Carta sobre o humanismo (1946) como norte e pano de fundo de nosso texto, muito mais que A questão da técnica, de 1953, na qual ele define a sua essência moderna, muito embora ali também seja essa a questão. Nosso projeto de texto se dá em dois momentos básicos, nos quais indicamos dois aspectos do pensamento do ser em Heidegger que nos permite uma relação livre com a técnica: a possibilidade (I) e o nada (II). Este último a ser desenvolvido posteriormente. Aqui apresentamos a parte I. Abstract: What it is aimed with this title “The Thought [of Being] of Tecnhique in Heidegger” is to emphasize the thought. This is because, more than giving a definitive diagnosis to the question of the present technique, Heidegger sought to accentuate it as a question that makes you think the thought, that is, man himself in his ability to relate freely with what is your destination: technique. How to relate freely with the technology if it is our destiny? If there is a Heidegger's answer to this question it should be: through the securing of thought in its essence, in your mercy: the questioning. That is why we have the “Letter on Humanism” (1946) as the North and background of our text, much more than “The question of technology”, from 1953, in which it defines its modern essence, although there is also the same question. Our text appears in two basic moments in which we indicate two aspects of the thought of being in Heidegger that allows us a free relationship with technology: the possibility (I) and the nothing (II). The last part will be developed later. Here it is the part I. Key words: Heidegger. Being. Technology. Thought. Possibility.
<p>neste presente número dos <em>Cadernos Cajuína</em>, com algumas contribuições apresentadas e discutidas no <em>III Colóquio de Filosofia Hermenêutica</em>, realizado no Centro de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal do Piauí em outubro de 2019, organizado pelos Programas de Pós-Graduação em Filosofia e Comunicação, com o apoio da CAPES e da FAPEPI.</p>
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