O presente artigo tem como objetivo compreender os gestos de autoria e os possíveis efeitos de sentido produzidos por educandos de um cursinho popular preparatório para o vestibular, a partir de atividades que envolveram a discussão de aspectos científicos e sociais de relevância para a contemporaneidade. Destarte, as atividades apresentadas tiveram como foco a leitura e a escrita no ensino de Biologia, a partir de uma abordagem integradora sobre a temática “vírus”. Essas atividades filiam-se a um conjunto de reflexões acerca do ensino remoto emergencial, que estão fortemente presentes em meio à pandemia ocasionada pela Covid-19. Com base nos aportes teórico-metodológicos da Análise de Discurso pecheutiana e, principalmente, nos estudos de Eni Orlandi, mobilizamos noções como pré-construído, discurso transverso, autoria, relações de força, entre outros constructos que embasam as nossas análises. Ao analisarmos algumas produções escritas dos educandos, entre os resultados, apontamos que a proposta didática aqui apresentada se caracteriza como uma possibilidade de assunção de autoria, propiciando reflexões e posicionamentos críticos por parte desses estudantes sobre temas sociocientíficos. Consequentemente, concluímos que essa abordagem colabora para a construção de outras formas de ver/ler o mundo.
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