A todo o momento temos inúmeras experiências conscientes. Neste momento, por exemplo, tenho uma experiência visual do computador, uma experiência auditiva do latido do meu cachorro, uma experiência da pressão que exerço sobre a cadeira e uma experiência do fluxo de pensamentos que me ocorrem. Contudo, existem filósofos que afirmam que estas experiências conscientes permanecem todas unidas numa espécie de estado consciente abrangente, e outros filósofos que afirmam a existência de “micro-consciências” associadas com cada experiência consciente que não são necessariamente interligadas e em sua maioria são autônomas. Isto é, alguns estudiosos defendem que a consciência é una, e outros defendem que ela é fragmentária. Neste artigo, apresentaremos as concepções unitária e fragmentária da consciência e discutiremos os problemas suscitados por cada uma.
Certamente a consciência é algo extremamente familiar e, ao mesmo tempo, enigmático para nós. Seu aspecto fenomenal, denominado de consciência fenomenal, impõe inúmeras barreiras às abordagens reducionistas propostas pelo quadro teórico fisicista/funcionalista. Tamanha são as dificuldades suscitadas pela consciência fenomenal a estas abordagens reducionistas que os problemas referentes a este aspecto da consciência constituem o “problema difícil da consciência”. Desta forma, este artigo possui três objetivos: primeiramente demonstrar a necessidade de distinguir dois conceitos referentes a dois aspectos distintos da consciência; posteriormente, como consequência da diferenciação entre dois conceitos de consciência, serão expostos os problemas relativos a estes dois conceitos; por fim, defenderemos a existência de uma lacuna explicativa entre as explicações provenientes das teorias reducionistas e a consciência fenomenal.
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