Procurando entender a religiosidade enquanto fator social, contributiva de construções de sentido e omnipresente em universos históricos e culturais diversos, este artigo debruça-se sobre a dimensão ritualística da religiosidade. Adotando como problema de pesquisa as peregrinações religiosas, assumem particular destaque os santuários enquanto marcadores simbólicos rumo ao sobrenatural. Este trabalho tem um duplo objetivo: efetuar uma revisão e análise crítica das peregrinações religiosas e estudar a especificidade das peregrinações ao Santuário de Fátima, sito em Portugal. Após uma breve alusão à dialética dissidência-convivência de práticas religiosas milenares nas sociedades secularizadas, revisitam-se os conceitos de culto, ritos e sacrifícios. Segue-se uma análise mais aprofundada ao tema das peregrinações aos santuários, desde o conceito e resenha histórica até à particularidade das peregrinações ao Santuário de Fátima, este último encarado como geo-símbolo do turismo religioso em Portugal. Apresentam-se resultados de um inquérito a 784 peregrinos ao Santuário de Fátima, incidindo sobre as crenças, vivências, percepções, intenções e expectativas relativas à peregrinação, bem como a natureza dos pedidos dirigidos à Senhora de Fátima e promessas cumpridas. Ao longo do artigo enfatiza-se a personagem peregrino, não descurando a análise da implicação comportamental ativa, voluntária e sacrificante como legitimadora das retribuições já concedidas ou a conceder.
A Noite do Castelo e Os Ciúmes do Bardo é uma coletânea de poemas de António Feliciano de Castilho (1800-1875) publicada em 1836. A obra é constituída por diferentes textos em prosa e em verso. O principal, “A Noite do Castelo”, ocupa mais de metade do livro. É um poema com quatro cantos em decassílabos brancos, antecedido por um longo prefácio e seguido por uns “Reparos”. A obra contém mais dois poemas, também em decassílabos brancos, com textos introdutórios: “Os Ciúmes do Bardo” e a “Confissão de Amélia”, este último uma tradução de um poema francês de Delphine Gay (1804-1855). O tema comum aos três poemas é o homicídio de mulheres à mão dos seus amantes ciumentos.Neste estudo, apresentaremos a distribuição estatística do léxico presente na obra pelas diferentes classes gramaticais, fazendo uma análise comparativa com Os Lusíadas (1572) de Camões a nível do uso dos verbos, dos substantivos e dos adjetivos. Desta análise concluiremos que o vocabulário da obra de Castilho é mais variado, apresentando, no entanto, influências da obra de Camões. Apresentaremos também algumas particularidades gráficas e fonéticas, e falaremos da substantivação verbal (Relvas, 2001), um recurso estilístico bastante utilizado pelo autor.Para a obtenção e o tratamento dos dados, servimo-nos de algumas ferramentas informáticas, como o programa Lexicon, o MS Access e o MS Excel, seguindo as propostas relativas ao uso de métodos quantitativos nas Ciências Humanas e Sociais, e em particular na Linguística, de Desagulier (2017), Johnson (2008) e Lawler e Dry (2002).
No presente trabalho objetiva-se apresentar o cruzamento entre expressões de origem africana e a língua portuguesa que culminou em um falar brasileiro, em um português do Brasil, estabelecido como uma de suas identidades culturais. Com o propósito de alcançar tal finalidade, expuseram-se conceitos em Linguística, especificamente selecionados com o assunto que se pretende explorar; e, em seguida, consideraram-se ideias sobre identidade cultural e exemplos dos cruzamentos linguísticos que ocorreram e que, em consequência, deram origem à herança linguística e identitária do Brasil. Utilizou-se, a fim de atingir o objetivo proposto, pesquisa documental e bibliográfica e análise de conteúdo para refletir sobre a mestiçagem linguística e cultural e as características únicas do falar brasileiro. Por fim, constatou-se que a relação entre as línguas de matriz africana e o português peninsular representaram/representam contributos fundamentais à formação da identidade brasileira.
A Crónica do Condestabre de Portugal Nuno Álvares Pereira teve várias edições, sendo a primeira conhecida a de 1526, impressa em Lisboa por Germão Galharde. O mesmo impressor fez nova edição em 1554, sendo esta o reflexo, na paginação e na grafia, da anterior. As diferenças são mínimas, destacando-se a correção de algumas gralhas. Tanto numa edição como noutra, o impressor, na página de rosto, teve o cuidado de avisar: «sem mudar da antiguidade de suas palauras nem stillo.» Fernão Lopes serviu-se da crónica para escrever alguns dos capítulos da Crónica de D. Fernando e da Crónica de D. João I, Parte I e II. Neste trabalho de investigação, apresentaremos uma breve sistematização do uso da construção sem + gerúndio na Crónica do Condestabre, uma característica sintática presente também noutras obras do século XV a que faremos referência.
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