Neste artigo pretendemos mostrar algumas das razões que sustentam a tomada de posição de Greimas frente à Filosofia, isto é, sua recusa a entrar na discussão sem fim acerca da origem do sentido. Não lhe interessava explicar, por exemplo, o sentido último das estruturas sintáticas que criava, se inerentes ao objeto ou incrustradas no aparelho cognitivo do sujeito, mas, partindo de pressupostos epistemológicos “pouco numerosos e tão gerais quanto possíveis”, proceder à formulação de estratégias de estruturação mínima do sentido via significação. Em seguida, buscamos demonstrar que o quadrado semiótico assume papel relevante como estratégia de manipulação do sentido via significação e que o gráfico tensivo constitui-se esquematicamente um seu prolongamento, voltado para a questão exclusiva do termo complexo.
Neste número a Acta Semiotica et linguística entrevista o Prof. Dr. José Américo Bezerra Saraiva professor de Semiótica e Linguística integrante do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Ceará sobre seu contato e envolvimento com a Semiótica greimasiana.
Este artigo assume como referencial teórico os postulados da Semiótica Discursiva, mormente na sua versão Tensiva (FONTANILLE; ZILBERBERG, 2001; FONTANILLE, 1998), que concebe o discurso como um campo de presença dotado de um centro sensível e de horizontes a partir dos quais as grandezas semióticas são moduladas em termos de presença e ausência, ou seja, um campo no qual as grandezas se tonificam ou se atonizam em relação a uma instância de natureza proprioceptiva. Nosso objetivo é analisar três notas jornalísticas com o propósito de acompanhar as modulações da presença da enunciação no enunciado. Supomos inicialmente que estas modulações promovem a tensão entre isotopias concorrentes, repercutem no grau de sua profundidade e, nestas notas, especificamente, geram um efeito metafórico graduável em termos de modo de existência semiótica. Os exemplos analisados mostram a necessidade de adotar um tratamento mais complexo para as relações entre enunciação e enunciado, sobretudo se quisermos levar em consideração a tensão entre estas duas instâncias, sempre regulada pelos modos de existência semiótica.
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