Este texto tem como propósito pensar a atual crise pandémica como uma acontecimento. Como tal, começa por fazer um enquadramento histórico do confinamento da alma infantil no interior das instituições escolares para depois propor o que poderia ser uma oportunidade para pensar uma outra relação entre crianças, adultos e agenciamentos. Termina com a proposta de olhar para a pandemia como um acontecimento com a potência de fundar uma ética de inquirir a vida como forma de libertação do medo. Porque só livres do medo podemos verdadeiramente atender ao convite de Deleuze para escolher-escolher.
The article aims to analyze the expression that higher education pedagogy has been assuming in research. For this purpose, the work done by Kuzhabekova, Hendel & Chapman (2015) was taken as a starting point and methodological inspiration. In this paper, the authors analyze the scientific production between 2002 and 2011, selecting publications that focus on the themes of higher education. In the study, the journals with the highest number of articles in this field are listed, the years with the most publications, the most prolix researchers, and a mapping of their countries of origin and institutional affiliation. In the work presented here, the topic was narrowed down, circumscribing the analysis to texts that deal with pedagogy of higher education, an area that requires a significant investment, both by the challenges that are currently posed at this level of education, and by the need to (re)think about the pedagogical formation of the teachers who work there. For this purpose, the analysis comprised an exhaustive survey of the articles published between 2012 and 2018, in the ten main publications identified in the previous study. The results show that the peak of publications occurred in 2014, having declined in recent years, with the most prominent magazine being Teaching in Higher Education. The highest percentage of articles comes from the United Kingdom, a country with a long tradition in the pedagogical training of its teachers, followed by Australia and the USA.
RESUMO Propomos uma discussão historicamente situada acerca da organização e administração, na cultura ocidental, de um saber inteiramente escolar, caracterizado pelos princípios da ordem e da uniformidade, e que se expressa em monografias - de tipo compendiário e manualístico -, produzidas para circular unicamente nos estabelecimentos de ensino. A análise recuará até ao espaço universitário do Renascimento e aos primeiros debates sobre a premência de um dispositivo de sistematização do conhecimento, onde Petrus Ramus aparece como uma personagem conceptual e onde se descobre um diagnóstico seminal assente sobre um gesto educativo como supondo uma dupla articulação: (i) o currículo é o invariante que permite racionalizar todo conhecimento através de disciplinas unidas num plano de estudos, ao passo que (ii) o método constitui a possibilidade de estabilizar e simplificar, de articular e graduar todos os conteúdos escolares.
Resumo O artigo centra-se no seminário universitário, criado na Alemanha do século XVIII e que veio a afirmar como o instrumento pedagógico por excelência capaz de operar uma articulação objetiva entre investigação e ensino, possibilitando, desse modo, a emergência e afirmação da figura do pesquisador moderno e contemporâneo. Procura dar uma contribuição, tanto teórica quanto prática, para uma discussão, sempre por concluir, acerca da pedagogia da criação científica. O texto divide-se em duas partes: uma inicial, que procura capturar a essência do seminário; e uma subsequente, na qual se apresenta uma experiência de seminário em curso na atualidade. O artigo procura, em uma palavra, identificar a pedagogia do seminário, ontem e hoje, como consubstanciando uma espiral aventurosa em que o estar-a-ser-junto acadêmico se liga intrinsecamente à construção de um pensamento inventivo. É assim desenvolvida uma metodologia que procura superar o tempo e a distância. Insiste, por um lado, na importância da troca da palavra oral entre alunos e professores; e, por outro, no trabalho, lento e sistemático, de apropriação intertextual. São essas duas grandes operações que aproximam todos os que, ontem e hoje, se identificam com uma pedagogia da criação escrita e procuram refletir sobre ela no interior da universidade.
RESUMO Conseguir levar o texto ainda em construção à cena da sala de aula, buscando e renovando com esse gesto corajoso a itinerância do pensamento apoiado em uma base plenamente dialógica - eis aquela que permanece há séculos como a grande questão pedagógica de uma universidade do saber por vir. Este artigo centra-se em um período de intensa crítica à conceção tradicional de universidade, assim como aos esforços de transformação das práticas de trabalho entre professores e alunos sob o signo da reciprocidade. Dá especial enfoque a declarações de Barthes, Certeau, Deleuze e Foucault quando as suas reflexões se acercaram dos domínios da pedagogia - a partir de uma experiência em Vincennes (Paris VIII) depois de 1968 e que se estendeu até ao termo dos anos de 1980 - e convergiram na necessidade de construir espaços de efetiva partilha comunitária com os estudantes tomando como base os princípios da incompletude do saber, da ativa singularização de quem o produz.
No transcurso da trajetória intelectual de Michel Foucault, o tema da escrita parece não apenas não ter deixado de absorver seus interesses, como também provocou, em variadas circunstâncias, manifestações de sua parte, sobretudo em textos esparsos e entrevistas. Trata-se, assim, de uma questão que pode ser atestada de modo transversal, sucessivo e contínuo na obra foucaultiana, cuja abordagem analítica constitui o objetivo geral do presente artigo. Partindo da hipótese da escrita não apenas como um núcleo temático, mas também como um vetor éticoestético que transpassa a obra de Foucault, apresentamos dois patamares argumentativos complementares: num primeiro momento, focalizase a escrita foucaultiana no seio de um possível marco autobiográfico; em seguida, oferece-se uma perspectiva do trabalho escritural como experiência voltada à intensificação de um tipo de pensamento de natureza essencialmente crítica e, igualmente, à produção de uma superfície fática para modos inéditos de existir. Palavras-chave: Foucault e a escrita. Experiência escritural. Escrita e crítica. Ética da existência.
Os textos em que Roland Barthes mais se interrogou sobre o lugar que ocupava no interior das instituições académicas abrem, no campo pedagógico, a possibilidade fantasmática de imaginarmos um tempo em que não vivemos, aquele em que professores e alunos constituiriam, em conjunto e na pluralidade das suas respetivas vozes, uma comunidade de investigadores por vir. Este artigo procura capturar e problematizar a sua reiterada convicção de que a operação fundamental do trabalho académico consiste em experimentar o que ele mesmo apelidou de método de desapossamento, tanto no domínio da investigação como no da docência. Propomo-nos, assim, atravessar sistematicamente os escritos em que Barthes postulou a hipótese de entendermos o ensino como ato eminentemente poético, submetendo a nossa pesquisa a quatro grandes categorias: 1) a Fala, 2) a Escrita, 3), a Leitura e 4) o Viver Junto.
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